O Presidente dos EUA, Donald Trump, admitiu hoje a possibilidade de impor quarentena em três estados, incluindo Nova Iorque, para travar a pandemia de covid-19 nas regiões mais críticas.
“Gostaríamos de ter quarentena em Nova Iorque, porque é um ponto crítico. Nova Iorque, New Jersey e talvez um ou outro lugar, como algumas partes de Connecticut. Estou a pensar nisso agora”, disse Trump.
“Podemos não ter de o fazer, mas há uma possibilidade de, em algum momento, ser necessário”, explicou o Presidente, que ainda esta semana afirmou ser necessário que a população regressasse à vida normal, para procurar salvar a economia norte-americana.
Trump indicou que, a existir, a quarentena será por um curto período, possivelmente duas semanas, afirmando ter discutido a questão com o governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo.
O governador já respondeu que nunca discutiu o tema com o Presidente e que não sabe sequer a que se refere Donald Trump, quando fala de quarentena.
“Não sei como poderá ser legalmente aplicável. Do ponto de vista médico, nem sei o que se conseguirá resolver com isso. Não gosto do que estou a ouvir”, reagiu Cuomo, sobre a hipótese levantada por Trump.
O Presidente norte-americano falava aos jornalistas enquanto se dirigia para o porto de Norfolk, onde vai assistir à partida de um navio-hospital militar com destino a Nova Iorque, para ajudar as equipas médicas na luta contra a pandemia.
O estado de Nova Iorque é o epicentro da pandemia nos Estados Unidos, com 52.318 confirmados e 728 mortes.
Perante este cenário, Andrew Cuomo, anunciou hoje o adiamento das eleições primárias, que estavam marcadas para o dia 28 de abril e que ficam agendadas para 23 de junho, imitando as decisões de 10 outros estados que estão a reprogramar a fase de escolha dos candidatos às eleições presidenciais de novembro.
Os Estados Unidos registam já o maior número de infeções em todo o mundo, com mais de 100.000 casos confirmados e mais de 1.700 mortes, por causa da covid-19.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 600 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 28.000.
Dos casos de infeção, pelo menos 129.100 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.