A consultora Oxford Economics considerou que Angola vai ser obrigada a recorrer a investimentos externos, mais financiamento do Fundo Monetário Internacional (FMI), emissões de dívida soberana e ajuda externa para financiar as contas públicas durante a crise.
“Infelizmente, as autoridades encontram-se numa situação com pouca margem para estimular a economia seja através da política orçamental, seja através da política monetária”, escreveram os analistas numa nota sobre o país, a que a Lusa teve acesso.
Na análise, a Oxford Economics afirmou que “o Governo vai ter de rever em baixa a despesa orçamental no orçamento retificado e terá de depender dos fluxos de investimento direto estrangeiro, mais desembolsos do FMI, emissões de Eurobonds e ajuda externa para financiar o défice externo”.
De acordo com o texto, enviado aos clientes, na semana seguinte à Standard & Poor’s (S&P) ter descido o ‘rating’ do país, a Oxford Economics disse que “para tornar as coisas ainda piores, a pandemia global da covid-19 e o início das infeções forçou o governo a impor uma quarentena de 15 dias”.
Para a Oxford Economics, depois da Fitch, no princípio do mês, e a da S&P, mais para o fim de março, também a Moody’s deverá baixar o ‘rating’ nos próximos tempos.
“É razoável antecipar que a habitualmente mais lenta Moody’s também corte o ‘rating’ em um nível nos próximos meses”, concluíram os analistas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 750 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 36 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 148.500 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 413 mil infetados e mais de 26.500 mortos, é aquele onde se regista atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 11.591 mortos em 101.739 casos confirmados até hoje.
O número de mortes em África subiu para pelo menos 152, com 4.871 infetados acumulados em 46 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia divulgadas pelo Centro para a Prevenção e Controlo de Doenças (CDC) da União Africana.