Dois farmacêuticos foram detidos em Luanda por duplicação de preços de produtos de proteção à covid-19, como álcool-gel e luvas, informou hoje o Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (Inadec) angolano, garantindo "responsabilização criminal".
Em nota informativa enviada hoje à Lusa, o Inadec refere que as detenções ocorreram no fim de semana, no distrito urbano da Camama, em Luanda, ao constatarem que o álcool-gel anteriormente comercializado a 2.050 kwanzas (3,60 euros) estava a custar 4.900 kwanzas (8,60 euros).
Numa outra farmácia, na mesma localidade, uma caixa de luvas estava a custar 10.000 kwanzas (17,60 euros) contra os anteriores 2.245 kwanzas (3,95 euros), situação que levou à detenção dos farmacêuticos por crimes de especulação.
Como consequência, a polícia angolana ordenou a detenção dos responsáveis das referidas farmácias com vista à abertura de um processo "para posterior responsabilidade criminal".
Nas ações de fiscalização, adianta a nota, as equipas do Inadec encontram-se em serviço "permanente e ininterrupto" nas 18 províncias angolanas, sendo que nas visitas já realizadas em estabelecimentos comerciais e farmácias constatou-se a "adulteração de preços".
Durante a semana passada, o Instituto Nacional de Defesa do Consumidor constatou igualmente irregularidades nas condições higieno-sanitárias em 13 estabelecimentos.
Num balanço sobre as atividades desenvolvidas ao longo do mês de março, a instituição pública realça que realizou 416 visitas de constatação em diversos estabelecimentos pelo país, registou 63 denúncias, 225 infrações, 22 apreensões de diversos produtos e duas ações de inutilização.
Angola regista já duas mortes de pessoas infetadas pela covid-19 num total de sete casos positivos e, desse número, segundo as autoridades, um paciente está em fase de cura.
O país vive desde sexta-feira o estado de emergência prorrogável, que se estende até 11 de abril, com a interdições de pessoas e viaturas na via pública, nos aglomerados e horário específico para venda de bens alimentares, entre as medidas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 750 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 36 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 148.500 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.