O ministro da Saúde italiano, Roberto Speranza, anunciou hoje que as medidas de confinamento no país serão estendidas até 13 de abril, quando terminam as festividades da Páscoa.
"A decisão do Governo é no sentido de estender até 13 de abril todas as medidas para limitar as atividades e o movimento das pessoas", explicou Speranza, durante uma intervenção no senado italiano.
Até agora, a Itália havia decretado o isolamento e o encerramento de atividades não essenciais até 03 de abril, pelo que será necessário atualizar o decreto.
O ministro enfatizou que, neste momento, é necessário "não cometer erros" ou cair no "otimismo fácil", porque "existe o risco de comprometer os sacrifícios realizados até agora" e "os primeiros sinais positivos não devem ser confundidos como um sinal de que o alarme cessou”.
"Os especialistas dizem que estamos no caminho certo e que as medidas drásticas estão a começar a dar frutos. Mas seria um erro imperdoável confundir esse primeiro resultado com uma derrota definitiva da covid-19. É uma batalha longa e não devemos baixar a guarda”, declarou Speranza.
O ministro da Saúde também alertou que "sem uma vacina, a covid-19 nunca será vencida".
"Por um curto período, teremos de saber como gerir essa fase de transição e evitar a explosão de novos surtos", acrescentou.
"A investigação científica será decisiva na nossa batalha para derrotar este vírus", acrescentou, considerando que "investimentos estratégicos em saúde serão o tema principal do reinício nacional".
A Itália registou 12.428 mortes e 105.792 infetados, sendo que o Instituto Superior de Saúde garantiu que a curva atingiu o seu pico, passando agora para uma fase plana que durará vários dias e, depois, começará a descer.
Speranza também apontou que "este não é momento para divisões" e afirmou que "um clima político unificado é a condição para manter o país unido num momento muito difícil".
"Nunca antes as antigas disputas geopolíticas pareciam ultrapassadas. É hora da solidariedade, ninguém está a salvo sozinho", declarou.
Para esse fim, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, realizará hoje uma reunião com líderes da oposição sobre decretos relacionados ao novo coronavírus que devem ser aprovados no parlamento.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 828 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 41 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 165 mil são considerados curados.