O Governo angolano integrou 39 produtos para a prevenção e tratamento do novo coronavírus no Regime de Preços Vigiados para evitar a especulação e garantir o acesso dos cidadãos e empresas a estes bens, segundo um decreto do executivo.
No decreto do ministério das Finanças, publicado em 30 de março e a que a Lusa teve hoje acesso, explica-se que “este regime decorre da necessidade de corrigir distorções na formação de preços de certos bens e serviços”.
O Governo justificou que houve “alterações de preços não justificadas pelas condições normais de mercado” e que a medida “deve aplicar-se a bens e serviços, com especial incidência na vida da população e cuja produção e distribuição ocorram em mercados não perfeitamente concorrenciais”.
O diploma aplica-se a todos os agentes económicos que produzem, distribuem e comercializam bens ou prestam serviços no território nacional.
A lista inclui produtos como álcool gel, máscaras descartáveis, luvas cirúrgicas, toucas, antipiréticos como o paracetamol, sabão azul, seringas, viseiras e vitaminas.
O Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (INADEC) divulgou na terça-feira que a polícia angolana ordenou a detenção, este mês, dos responsáveis de duas farmácias, em Luanda, por especulação de preços de produtos de proteção contra a covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.
O Regime de Preços Vigiados previsto por lei desde fevereiro de 2016 define as regras para a fixação e alteração dos preços, bem como mecanismos para o controlo e fiscalização. A lista dos bens inscritos no regime inclui 31 produtos, essencialmente alimentares.
Angola registou já dois óbitos num total de sete casos positivos de infeção pelo novo coronavírus.
O número de mortes em África subiu para 196 nas últimas horas num universo de mais de 5.700 casos confirmados em 49 países, de acordo com as estatísticas sobre a doença no continente.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 866 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 43 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 172.500 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.