O banco de sangue do Hospital Agostinho Neto, na cidade da Praia, viu as suas doações reduzirem-se em 80% por causa das restrições impostas pelo combate ao novo coronavírus e há vários doentes em risco, divulgou hoje a unidade.
“Neste momento difícil em que estamos a passar, o Banco de Sangue reduziu as suas doações à volta de 80%, e com isso os doentes com anemia crónica, oncológicos, casos de hemorragias entre outros que necessitam de sangue ficam em risco”, alertou o serviço do maior hospital de Cabo Verde.
Numa nota publicada na sua página oficial na rede social Facebook, o banco de sangue do Hospital Agostinho Neto (HAN) apelou, por isso, aos seus amigos e doadores para não deixarem de fazer as suas doações.
Para garantir medidas de biossegurança e sem ser necessário entrar no hospital, o banco de sangue informou que o atendimento ao doador e as colheitas serão realizadas no espaço da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), no Plateau, no centro histórico da cidade da Praia.
Além da Praia, Cabo Verde possui bancos de sangue localizados nos hospitais Santa Rita Vieira, em Santiago Norte (Santiago), Baptista de Sousa (São Vicente), São Francisco de Assis (Fogo), João Morais (Santo Antão) e Ramiro Figueira (Sal).
Dados divulgados em 2016 pela unidade hospitalar da Praia dava conta que três em cada quatro doadores de sangue no HAN são voluntários e desses cerca de 20% fazem as suas doações regulares.
Anualmente a unidade acolhe em média 1.300 unidades de sangue e cerca de 76% são de doadores voluntários, e precisa de cerca de mil doadores regulares por ano para manter o ‘stock’ de sangue.
Cabo Verde regista seis casos positivos do novo coronavírus, entre a cidade da Praia, com dois casos internatos no HAN, e a ilha da Boa Vista, onde registou um óbito.
O país cumpre hoje o quarto dia, de 20 previstos, de estado de emergência para conter a pandemia, com a população obrigada ao dever geral de recolhimento, com limitações aos movimentos, empresas não essenciais fechadas e todas as ligações interilhas suspensas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 870 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 44 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 172.500 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 470 mil infetados e cerca de 32.000 mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 13.155 óbitos em 110.574 casos confirmados até terça-feira.
O número de mortes em África subiu para 196, num universo de mais de 5.700 casos confirmados em 49 países, de acordo com as estatísticas sobre a doença no continente.