O suíço Roger Federer, recordista de títulos em Wimbledon, assumiu hoje estar “devastado” com o cancelamento do único ‘Grand Slam’ disputado em relva, juntando-se aos lamentos no mundo do ténis pela decisão motivada pela pandemia de covid-19.
“Devastado”, escreveu o oito vezes campeão em Wimbledon na sua conta na rede social Twitter, acompanhando a publicação com um ‘gif’ no qual se pode ler: “Não há nenhum ‘gif’ para estas coisas que estou a sentir.”
Posteriormente, no Instagram, o número quatro mundial disse estar “ansioso” por regressar ao ‘major’ britânico no próximo ano.
O suíço de 38 anos, que ergueu o troféu de vencedor no All England Club entre 2003 e 2007, em 2009, 2012 e 2017, foi apenas uma das ‘vozes’ do ténis a lamentar o cancelamento do mais antigo ‘Grand Slam' do mundo pela primeira vez desde a II Guerra Mundial.
“Tão triste por saber que Wimbledon não terá lugar este ano. A final do ano passado será para sempre um dos dias mais felizes da minha vida! Mas estamos a atravessar algo maior do que o ténis e Wimbledon voltará!”, salientou a campeã em título, a romena Simona Halep.
Já a norte-americana Serena Williams, sete vezes vencedora na relva londrina (2002, 2003, 2009, 2010, 2012, 2015 e 2016), revelou-se “chocada” numa publicação no Twitter, enquanto a checa Petra Kvitova, outra ex-campeã (2011 e 2014), enalteceu a difícil decisão tomada pela organização.
“Não só é um torneio especial para mim, como é um torneio que faz parte da nossa história há tanto tempo que vai deixar um grande buraco no calendário. Sentirei falta de jogar na bela relva e de usar as minhas roupas brancas, mas claro que [Wimbledon] voltará melhor do que nunca no próximo ano”, publicou Kvitova nas redes sociais.
O torneio de Wimbledon foi cancelado pela primeira vez desde a II Guerra Mundial, devido à pandemia de covid-19, anunciou hoje o All England Club, entidade organizadora da prova.
"É com grande mágoa que a direção do All England [AELTC] e a Comissão de gestão da prova decidiram hoje cancelar o torneio de 2020, devido à crise de saúde pública provocada pelo novo coronavírus", refere o comunicado divulgado no site oficial do AELTC.
O torneio seria disputado entre 29 de junho e 12 de julho, mas, depois de uma reunião de urgência, a organização optou por cancelar a sua realização este ano, o que significa que a 134.ª edição da prova se vai disputar em 2021, entre 28 de junho e 11 de julho.
"Não tomámos esta decisão de ânimo leve e tomámo-la no melhor interesse da saúde pública. Sabemos que o torneio apenas foi interrompido durante as duas Guerras Mundiais, mas, perante esta crise global, acreditamos ser a decisão certa", afirmou o presidente do AELTC, Ian Hewitt.
De resto, a organização do torneio de Wimbledon já colocou as instalações do All England Club, em Londres, à disposição do Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido para ajudar no combate à covid-19.
O torneio de Wimbledon é o mais antigo entre os 'Grand Slams' e realiza-se desde 1877.
Desde então, apenas foi interrompido por duas vezes, por ocasião das duas 'grandes guerras', a última das quais entre 1939 e 1945.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 870 mil pessoas em todo o mundo, das quais cerca de 44 mil morreram.
Dos casos de infeção, pelo menos 172.500 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.