O Governo são-tomense recebeu hoje um lote de materiais oferecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para fazer face à prevenção e a uma eventual propagação do novo coronavírus no país.
"É um lote de materiais, sobretudo de proteção individual para o pessoal da saúde que estará na linha da frente em caso de haver o coronavírus em São Tomé e Príncipe, materiais para colher amostras e tendas para ampliação do serviço de saúde, na eventualidade de termos infeção por covid-19 no país", disse o porta-voz da OMS, Vilfrido Gil.
Os materiais chegaram ao país numa aeronave da DHL que poderá deslocar-se novamente ao arquipélago com outros equipamentos de combate ao novo coronavírus.
"A OMS continua a trabalhar junto de outros parceiros no sentido de poder fornecer equipamentos de oxigenoterapia (ventiladores). Há várias movimentações a decorrer neste sentido, uma das dificuldades que se tem não é apenas a disponibilidade, mas também o problema de circulação de bens", explicou Vilfrido Gil.
Ventiladores e aparelhos para a realização de testes no país são as maiores ambições do Governo de São Tomé e Príncipe, que pretende munir-se de todo o equipamento necessário de combate à doença, mas o responsável da OMS lembrou que os materiais hoje chegados ao país foram encomendados há várias semanas.
"Esse material está preparado para vir já há algum tempo e só hoje, depois de várias diligências e intervenções de vária ordem eles chegaram. Não estamos a falar da permissão de outros portos e aeroportos para que as coisas possam circular. São restrições decorrentes da própria pandemia que coloca um obstáculo à chegada dos produtos", acrescentou o porta-voz da OMS.
Hoje mesmo o Governo são-tomense enviou na aeronave da DHL novas amostras recolhidas de pessoas que se encontram em quarentena para análises no laboratório de Franceville, no Gabão.
A OMS congratulou-se com a chegada de "mais materiais para se colher amostras", que considerou "um processo” necessário.
A instituição sanitária mundial considerou que até chegarem os equipamentos para se fazer os testes à covid-19 no país será necessário os técnicos de saúde serem formados e estarem aptos para lidarem com os novos instrumentos.
"A OMS está a fazer todo o seu melhor para ajudar o Governo e a população de São Tomé e Príncipe a melhor se proteger, se prevenir para fazer face a esta pandemia em caso dela entrar no país", disse Vilfrido Gil.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 870 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 44 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 172.500 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a OMS a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 470 mil infetados e cerca de 32.000 mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 13.155 óbitos em 110.574 casos confirmados até terça-feira.
O número de mortes em África subiu para 196, num universo de mais de 5.700 casos confirmados em 49 países, de acordo com as estatísticas sobre a doença no continente.
São Tomé e Príncipe ainda não tem nenhum caso confirmado do novo coronavírus.