O belga Greg Van Avermaet (CCC) quer vencer na estrada a Volta a Flandres, caso se realize no outono, depois do triunfo de hoje na versão virtual da clássica velocipédica, que foi adiada devido à pandemia de covid-19.
“Espero que a verdadeira Volta a Flandes possa realizar-se no outono e que eu possa vencê-la”, afirmou o campeão olímpico de estrada, que alinha na equipa polaca CCC, formação que já anunciou cortes significativos nos contratos devido às dificuldades financeiras do patrocinador, devido ao novo coronavírus.
Van Avermaet impôs-se hoje na Volta a Flandres virtual, que levou 13 corredores a percorrerem 30,1 quilómetros dos 266 do percurso da corrida real, surpreendendo a filha do belga.
“A minha filha [que por vezes aparecia nas imagens do corredore], que não percebeu porque estava o pai a competir em casa, está muito feliz por mim”, afirmou, animado, Van Avermaet, admitindo que “apesar da frustração de não haver público, esta foi uma boa ideia”.
A prova de hoje foi transmitida na televisão, através de um ecrã dividido, de um lado os corredores em pleno esforço, em casa, e, à direita, a corrida virtual, em modo de jogo.
Em 17 de março, a organização da clássica anunciou que a Volta a Flandres iria ser cancelada “na data prevista” devido às medidas anunciadas pelo Governo belga para lutar contra a disseminação da covid-19.
Num dia ‘negro’ para o pelotão, a Volta a Flandres juntou-se ao Paris-Roubaix (12 de abril), organizado desde 1896 e interrompido apenas devido às duas guerras mundiais, e à Liège-Bastogne-Liège (26 de abril) na lista de ‘monumentos’ retirados do calendário velocipédico.
Com o cancelamento da Milão-San Remo, inicialmente prevista para 21 de março, e a anulação de Volta a Flandres, Paris-Roubaix e Liège-Bastogne-Liège, há quatro dos cinco ‘monumentos’ à procura de uma nova data para se realizar ainda esta temporada – a Volta à Lombardia, agendada para 10 de outubro, não está para já ameaçada.
Esta semana, a UCI estendeu a suspensão das provas até 01 de junho e revelou que dará prioridade às Grandes Voltas (Giro, Tour e Vuelta) e aos ‘monumentos’ na remarcação do calendário velocipédico, quando o pelotão voltar à atividade.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 65 mil. Dos casos de infeção, mais de 233 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com cerca de mais de 642 mil infetados e mais de 47 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos.