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Covid-19: PM de Cabo Verde pede que não haja «fintas» ao estado de emergência

O primeiro-ministro de Cabo Verde afirmou hoje que «na sua grande maioria» a população cabo-verdiana está a cumprir as restrições impostas pelo estado de emergência decretado pela pandemia provocada pelo novo coronavírus, mas pediu que não haja «fintas».

Covid-19: PM de Cabo Verde pede que não haja «fintas» ao estado de emergência
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“O país está em estado de emergência. O balanço é positivo. Na sua grande maioria, as pessoas estão a cumprir. É preciso cumprir mais. É preciso que todos cumpram. É preciso não fintar as restrições e as proibições para não colocar em perigo a sua saúde e a saúde da sua família e da sua comunidade”, disse Ulisses Correia e Silva, durante uma reunião, na Praia, com os comandos das forças de segurança.

A Polícia Nacional de Cabo Verde deteve na última semana 40 pessoas por não cumprirem quarentena, imposta face à covid-19, enquanto outras 24 foram detidas por desobediência ao estado de emergência, de acordo com dados revelados na reunião.

O país entrou hoje no nono dia, de 20 previstos, de estado de emergência, declarado para conter a pandemia provocada pelo novo coronavírus, com a população obrigada ao dever geral de recolhimento, com limitações aos movimentos, empresas não essenciais fechadas e todas as ligações interilhas suspensas.

Na sua intervenção, o primeiro-ministro agradeceu aos cidadãos por “ficarem em casa” e “circularem o menos possível”, apelando ao reforço das medidas de prevenção nesta fase.

O governante agradeceu ainda o empenho dos polícias e dos militares, que fiscalizam a implementação do estado de emergência, “pelo serviço que prestam neste momento ao país”.

Cabo Verde tem atualmente sete casos de covid-19 confirmados nas ilhas da Boa Vista (04), de Santiago (02) e de São Vicente (01). Um dos casos da ilha da Boa Vista, um turista inglês de 62 anos, acabou por morrer.

O caso confirmado na noite de sexta-feira, na ilha de São Vicente, de uma cidadã chinesa de 56 anos, já levou as autoridades de saúde a admitirem poder tratar-se da primeira situação de transmissão comunitária no arquipélago, tendo colocado mais de uma centena de pessoas em quarentena, por não terem ainda apurado o foco da infeção.

O primeiro-ministro fez questão de “endereçar uma palavra de muita força” aos habitantes daquela ilha: “É preciso manter a serenidade, cumprir com maior rigor ainda as regras de isolamento social e de proteção individual e confiar nos profissionais de saúde”.

Ulisses Correia e Silva enfatizou que este “combate” será vencido “com verdade, com humildade, com determinação e com confiança nas autoridades da saúde e da proteção civil”.

O arquipélago de Cabo Verde está fechado a voos internacionais, para travar a progressão da pandemia, e com o estado de emergência decretado no domingo foram também suspensos os voos entre ilhas.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 70 mil.

Dos casos de infeção, mais de 240 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

A pandemia afeta já 52 dos 55 países e territórios africanos, com mais de 9.200 infeções e 414 mortes, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).

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