Mais de 330 pessoas foram detidas em Angola nas últimas 24 horas, incluindo 10 pastores, com o porta-voz do Ministério do Interior (MININT) a lamentar que se mantenha a desobediência de muitos cidadãos ao estado de emergência.
Valdemar José, que fazia hoje um balanço operacional das últimas 24 horas, em Luanda, salientou que se registou um incremento das detenções resultantes de desobediência e do não acatamento das medidas excecionais do estado de emergência, que se elevaram a 337.
O responsável do MININT afirmou que continuam a circular cidadãos para utilizar serviços que poderiam ser feitos a partir de casa, como o uso de multibanco, enchendo as agências bancárias, sobretudo no exterior, tendo sido identificados também cidadãos que tentam atravessar províncias em camiões de mercadoria.
Deixou novamente um apelo aos líderes religiosos para que cumpram as medidas, indicando que foram novamente detidos vários pastores "de algumas confissões religiosos" que teimam em celebrar cultos, que estão atualmente proibidos numa tentativa de conter a propagação da covid-19.
No Namibe foi detido um pastor da igreja Missão Evangélica Espírito Santo, enquanto na Huíla foram detidos sete pastores que se dedicavam a um culto numa residência, "colocando em risco o pastor e a sua família”.
Em Saurimo, foram detidos um secretário e um administrador de uma igreja que estavam também a realizar um culto numa casa e, no Cuanza Sul, dois pastores e dois fiéis da igreja Evangélica Congregacional, também numa prática religiosa doméstica.
Foram também detidos dois comerciantes por especulação, 167 pessoas por violação de fronteiras, encerrados 23 mercados informais e 11 estabelecimentos comerciais e dispersas quatro partidas de futebol, sendo igualmente apreendidos mais de 300 táxis coletivos e mototáxis.
Foram ainda recolhidos 1.146 cidadãos "que persistiam em circular" de forma ilegitima por várias ruas de cidades angolanas.
O número de mortes devido à covid-19 em África subiu para 442 nas últimas horas num universo 9.457 casos registados em 52 países, de acordo com a mais recente atualização dos dados da pandemia no continente.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 70 mil. Dos casos de infeção, mais de 240 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.