O Egito tornou-se hoje o primeiro país árabe a anunciar a suspensão de todas as atividades coletivas para o mês sagrado do Ramadão, este ano com início a 23 ou 24 de abril, devido à pandemia da covid-19.
O Ministério dos Assuntos Religiosos “decidiu suspender todas as atividades coletivas durante o Ramadão, dado que anteriormente proibiu a colocação de mesas na proximidade das mesquitas”, indicou em comunicado a autoridade encarregada dos lugares de culto muçulmanos.
As mesquitas manter-se-ão encerradas no Ramadão a não ser que deixem de registar-se novos casos e o Ministério da Saúde decida que as concentrações já não constituem um perigo para a propagação do vírus e que se pode voltar à normalidade, adianta.
Além de proibir qualquer evento coletivo de quebra do jejum nas instalações que controla, o ministério da Saúde contactou o ministério do Interior e as autoridades da capital para discutir o cancelamento do fórum anual do Pensamento Islâmico no Cairo.
Segundo os últimos dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde, o Egito contabiliza 1.173 casos de infeção e 78 mortos, uma das taxas mais altas da região, atrás da do Qatar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Entre outras medidas para conter a pandemia, as autoridades egípcias suspenderam os voos internacionais até meados de abril e impuseram um recolher obrigatório, além de suspenderem as orações muçulmanas das sextas-feiras e as missas de domingo.
Durante o Ramadão, mês – nono do calendário islâmico e que se inicia com a aparição da lua, não começando por isso no mesmo dia em todos os lugares - que assinala a revelação do Alcorão ao profeta Maomé por Alá, milhões de muçulmanos em todo o mundo jejuam desde o nascer do sol até ao anoitecer.