O secretário da Marinha dos Estados Unidos, Thomas Modly, muito criticado pela forma como geriu a crise de contaminação pelo novo coronavírus no porta-aviões Theodore Roosevelt, demitiu-se, anunciou hoje o responsável pela pasta da Defesa, Mark Esper.
"Hoje de manhã aceitei a demissão de Modly. Foi ele a demitir-se (...) para que a Marinha possa seguir em frente", afirmou o secretário da Defesa na rede social Twitter, quando surgiam na imprensa norte-americana informações sobre a saída de Modly.
Modly tinha afastado na quinta-feira o comandante do referido porta-aviões nuclear, Brett Crozier, que tinha alertado dias antes, numa carta, para a necessidade de evacuar o navio devido a casos de infeção do novo coronavírus.
A carta acabou por surgir na imprensa e a evacuação do Theodore Roosevelt, inicialmente recusada pela hierarquia, acabou por ser decidida na ilha de Guam, no Pacífico.
Modly deslocou-se a Guam para defender a sua decisão de afastar o comandante, que tinha deixado o navio sob os aplausos da tripulação, uma cena registada em vídeos divulgados nas redes sociais.
O discurso que Modly fez a bordo do porta-aviões a criticar Crozier foi divulgado nos 'media' norte-americanos, suscitando críticas no Congresso, onde algumas vozes exigiam a sua demissão.
Esper, que tinha inicialmente defendido Modly, acabou por aceitar a sua demissão e nomeou o atual subsecretário Jim McPherson para ocupar interinamente o cargo de secretário da Marinha.
McPherson vai saber como "restabelecer a confiança e a estabilidade no seio da Marinha durante este período difícil", indicou em comunicado.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 80 mil. Dos casos de infeção, cerca de 260 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.