O presidente da comissão da União Africana (UA) defendeu hoje a Organização Mundial de Saúde (OMS) contra os ataques do Presidente norte-americano, Donald Trump, que ameaçou suspender a contribuição dos Estados Unidos àquela agência das Nações Unidas.
“Surpreendido por saber da campanha do Governo dos Estados Unidos contra a liderança da Organização Mundial de Saúde”, escreveu Moussa Faki Mahamat, na sua conta na rede social Twitter, acrescentando que a União Africana “apoia totalmente” a organização e o seu diretor-geral, o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, criticou, na terça-feira, a gestão que a OMS está a fazer da pandemia da covid-19, acusando a organização de ser “muito favorável à China”.
Neste contexto, ameaçou suspender o financiamento àquela agência das Nações Unidas para a Saúde, da qual os Estados Unidos são o principal financiador.
“Não digo que o vá fazer, mas vamos analisar essa possibilidade”, disse.
Trump criticou nomeadamente a decisão da OMS de se pronunciar contra o encerramento de fronteiras a pessoas provenientes da China no início da pandemia.
Na sua mensagem no Twitter, o presidente da comissão da União Africana pediu mais cooperação internacional para enfrentar a ameaça do novo coronavírus.
“O foco deve continuar em combater coletivamente a covid-19 como comunidade global unida. O tempo para a responsabilização chegará depois”, disse.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 80 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 260 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, regista 81.802 casos da doença e 3.333 mortes.
Em África, o número de mortes provocadas pela covid-19 ultrapassou as 500 nas últimas horas num universo de mais de 10.500 casos registados em 52 países.
Os Estados Unidos são atualmente o país que contabiliza mais infetados (399.929) em todo o mundo, somando 12.910 mortes.