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Covid-19: União Africana quer mobilizar 400 milhões de dólares para combate à pandemia

A União Africana (UA) quer mobilizar, através de uma parceria público-privada, até 400 milhões de dólares para o fundo de resposta à pandemia de covid-19 no continente, onde a doença causou já mais de 500 mortes.

Covid-19: União Africana quer mobilizar 400 milhões de dólares para combate à pandemia
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A parceria do Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (CDC África) e a AfroChampions Initiative visa criar o Fundo de Resposta à covid-19 em África.

O objetivo inicial é mobilizar 150 milhões de dólares (cerca de 138 milhões de euros) para resposta às necessidades imediatas para prevenir a propagação da doença e até 400 milhões de dólares (cerca de 370 milhões de euros) para apoiar uma resposta médica sustentada à pandemia.

“Embora continuemos a acolher a experiência e o ‘feedback’ de regiões já envolvidas na luta contra o coronavírus, temos também de criar uma força de ataque autónoma. Outras regiões do mundo já estão a pagar um preço elevado por causa da covid-19 e o seu apoio será limitado. Por conseguinte, é necessário mobilizar dinheiro africano e conhecimentos especializados africanos", disse o presidente em exercício da União Africana e chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa.

As ações prioritárias a financiar no âmbito do fundo serão decididas pela agência de saúde publica da UA, o CDC África, e incluem a compra e distribuição de meios de diagnóstico e tratamento, bem como de equipamentos de proteção para o pessoal médico e das equipas de emergência, além de uma campanha de sensibilização das populações para a prevenção da doença.

Além da resposta médica, parte dos fundos angariados será afetada ao apoio às comunidades mais frágeis e cujas atividades socioeconómicas foram significativamente afetadas pelas medidas tomadas para mitigar os efeitos da pandemia.

"Há uma corrida contra o tempo para preparar e proteger as nossas comunidades. A África deve lutar contra a doença como uma só e nenhum país do nosso continente deve ser deixado para trás", defendeu o diretor do Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (CDC África), John Nkengasong.

O responsável sublinhou, neste sentido, a necessidade de coordenação entre os estados-membros, as agências da União Africana, a Organização Mundial de Saúde e outros parceiros para “minimizar a duplicação de esforços”.

O vice-presidente da AfroChampions Initiative, o guineense Paulo Gomes, assinalou, por seu lado, a importância de tomar medidas “viradas para o futuro”.

"Temos de começar desde já a reforçar as nossas capacidades em matéria de testes de diagnóstico, fabrico de medicamentos e infraestruturas de saúde", disse.

"O setor privado africano não só pode contribuir para este fundo, como também deve considerar outras ações, tais como campanhas de prevenção nas empresas, redirecionamento das linhas de produção para equipamentos e produtos necessários contra a pandemia e otimização dos transportes e infraestruturas de comunicação para apoiar situações de emergência”, disse.

África do Sul, República Democrática do Congo, Egito, Quénia e Mali já contribuíram para o fundo, que conta com o apoio de várias fundações de saúde em África e de alguns bancos.

A AfroChampions Initiative é um projeto liderado pelo ex-presidente sul-africano Thabo Mbeki e que visa mobilizar fundos de investimento para ajudar ao desenvolvimento económico de África.

Em África, o número de mortes provocadas pela covid-19 ultrapassou as 500 nas últimas horas num universo de mais de 10.500 casos registados em 52 países.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.

Dos casos de infeção, cerca de 260 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma pandemia.

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