As assimetrias regionais na taxa de letalidade da covid-19 em Portugal podem estar associadas a diferentes estruturas demográficas, afirmou hoje a diretora-geral da Saúde para justificar números mais altos na zona Centro e Algarve.
Segundo o balanço mais recente da Direção-Geral da Saúde (DGS), a zona Centro e o Algarve registavam até ao final do dia de terça-feira uma taxa de letalidade superior à média nacional, que se situa nos 2,89%, com 5,15% no Centro e 3,19% no Algarve.
Questionada sobre estes valores, Graça Freitas afirmou que a explicação implica um trabalho de padronização da taxa de letalidade da covid-19 que ainda não foi feito, mas adianta que as assimetrias regionais podem estar relacionadas com a estrutura demográfica.
“Sabendo nós que estão a morrer mais idosos, quanto mais idosa for uma população, mais este valor poderá ser aumentado”, explicou a diretora-geral, acrescentando que a concentração de determinadas populações terá influência, “nomeadamente a existência de mais ou menos lares e a quantidade de pessoas que está nesses lares”.
Durante a conferência de imprensa diária sobre a pandemia de covid-19, as características demográficas também foram referidas pelo secretário de estado da Saúde para justificar o faseamento na realização de testes à população idosa dos lares.
“Sabemos que a zona centro tem uma densidade grande de lares e fomos privilegiando alguns lares nessa zona”, afirmou António Sales, sublinhando que a realização de testes, numa primeira fase, dependeu de uma sinalização assente na densidade dos lares.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 260 mil são considerados curados.
Em Portugal, segundo o balanço feito na quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes, mais 35 do que na véspera (+10,1%), e 13.141 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).
Dos infetados, 1.211 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 196 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.