A empresa Aeroportos de Moçambique (AdM) acumulou perdas de dois milhões de dólares (1,8 milhões de euros) no mês de março devido à pandemia de covid-19, o "maior prejuízo de sempre" num só mês, disse o porta-voz da instituição à Lusa.
O saldo negativo deveu-se à suspensão de voos a nível nacional e internacional, disse hoje Saíde Júnior, administrador financeiro e porta-voz da AdM à Lusa.
Até final de abril, os números podem afundar até cerca de três milhões de euros.
De acordo com o dirigente, de janeiro a março, o número de passageiros baixou de 172.000 para 88.000, ou seja, cerca de metade.
A redução de número de passageiros levou as companhias estrangeiras a cancelar a maioria dos voos, com destaque para a TAP Air Portugal qua fazia quatro voos por semana, a Qatar Airays e a Turkish Airlines que realizavam três voos por semana cada, e a Kenia Airways que reduziu para um voo por semana.
“Isto sem falarmos das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) que também cancelou 21 voos para a África do Sul”, acrescentou Júnior, acrescentando que também houve voos cancelados pelas companhias TAAG (Angola) e Ethiopian Airlines, mas sem detalhar os números.
A empresa soma prejuízos nas suas lojas, cujos arrendatários estão a abandonar os espaços por falta de clientes.
“Como consequência, em quase todos os aeroportos, os lojistas solicitam o encerramento temporário”, explicou a fonte.
Ainda assim, a empresa não prevê despedimento de trabalhadores, assentando numa projeção otimista de retoma da atividade em três meses.
O número de casos registados oficialmente por infeção pelo novo coronavírus em Moçambique subiu de 10 para 17, sem registo de mortes em Moçambique.
O país vive em estado de emergência durante todo o mês de abril, com espaços de diversão e lazer encerrados, proibição de todo o tipo de eventos e de aglomerações.
Durante o mesmo período, as escolas estão encerradas e a emissão de vistos para entrar no país está suspensa.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 260 mil são considerados curados.