As autoridades sanitárias do Canadá projetaram hoje que a pandemia da covid-19 poderá causar entre 11.000 e 22.000 mortes no país, tendo em conta os dois cenários mais prováveis.
As projeções divulgadas pela primeira vez a nível federal pelas autoridades canadianas preveem que o país possa registar entre 934 mil e 1,9 milhões de infeções até ao fim da pandemia se as medidas restritivas à circulação da população e o confinamento em casa se mantiverem nos próximos meses.
O Canadá registou oficialmente até agora 476 mortes em quase 20.000 casos de infeção.
Até 16 deste mês, o balanço das mortes ligadas ao novo coronavírus deverá situar-se entre os 500 e 700, precisou a responsável pela Saúde Pública canadiana, Theresa Tam, em conferência de imprensa.
“Os dados mostram que é preciso fazer tudo para controlar a epidemia”, acrescentou, apelando aos canadianos que respeitem as medidas de isolamento e de distância social para que as projeções se possam manter baixas.
“Estes modelos de cálculo não são bolas de cristal e nem nos permitem prever o futuro”, frisou.
Atualmente, o número de novo casos duplica entre três a cinco dias, referiu Theresa Tam, que se escusou a prever quando poderá ser atingido o pico da pandemia a nível federal.
As autoridades do Québec, a província mais afetada com mais de metade dos casos no país, estimam que o pico poderá ser atingido em meados deste mês.
O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, está sob pressão há vários dias para publicar as projeções a nível nacional, tal como já fizeram as quatro províncias mais afetadas do país – Québec, Ontário, Alberta e Colômbia Britânica.
Em cada uma das conferências de imprensa diárias, Trudeau tem repetido que a evolução da pandemia dependerá do comportamento dos canadianos, que são apelados a permanecer em casa sempre que possível e a respeitar o distanciamento social.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil.
Dos casos de infeção, mais de 312 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.