A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) exigiu hoje ao Governo que clarifique, através de legislação, em que termos devem ser feitos os reembolsos aos clientes finais das agências de viagens lesados pela situação causada pela pandemia de covid-19.
Em comunicado, a APAVT diz que pretende que o Governo “clarifique a relação com os consumidores finais, legislando a favor de um sistema de reembolsos baseados em ‘vouchers’” e “criando um caminho de confiança para empresas e empresários e atenuando drasticamente a insegurança dos consumidores finais”.
A associação diz que as agências de viagens “não estão a reembolsar, na sua totalidade, os clientes” porque “enviaram o dinheiro dos clientes para hotéis, companhias aéreas e outros fornecedores de serviços turísticos, que não estão a devolver o dinheiro entregue, apesar de não terem efetuado qualquer serviço”.
“Não está aqui contida qualquer valoração ou julgamento desta atitude dos nossos parceiros, concretamente hotéis e companhias aéreas. Certamente que enfrentam igualmente enormes dificuldades de tesouraria, como todas as empresas do setor turístico”, sublinha a associação.
Para a APAVT é necessário “construir confiança” no setor, caso contrário, “ruirá um setor que trouxe Portugal à tona de água, que produziu crescimento, travou a batalha do emprego e contribuiu, mais do que qualquer outro, para o equilíbrio das contas externas”.
“As agências de viagens estão a travar a maior luta da sua história pela sobrevivência e pelo emprego dos seus colaboradores”, realça a associação.
“O setor sente-se, mais do que nunca, surpreendido pela demora na tomada de posição do Governo de Portugal, a quem instiga a clarificar o sistema de reembolsos antes que seja demasiado tarde”, reforça a APAVT.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 409 mortes, mais 29 do que na véspera (+7,6%), e 13.956 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 815 em relação a quarta-feira (+6,2%).
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril.