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Covid-19: BE está disponível para «juntar vontade» num programa de investimento

A coordenadora do Bloco de Esquerda salientou hoje que o partido «está disponível» para contribuir para um programa de combate ao desemprego, de desenvolvimento e de investimento público, considerando que este é o tempo «de juntar vontade».

Covid-19: BE está disponível para «juntar vontade» num programa de investimento
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Num vídeo divulgado hoje à comunicação social, Catarina Martins afirma que “este é um momento de aprender com os erros do passado e de não cair nas armadilhas de sempre, é momento de juntar gentes, de juntar vontade, por um programa que combata o desemprego, que desenvolva o país, um programa de investimento público e de Estado social que esteja preparado para o futuro que aí vem”.

“O Bloco de Esquerda está disponível para esse debate, para essas soluções”, a adotar no combate à crise provocada pela pandemia da covid-19, garantiu.

Comentando as palavras do primeiro-ministro em entrevista à agência Lusa, que afirmou que ficaria muito desiludido se concluísse que só podia contar com Bloco e PCP em tempo de “vacas gordas”, Catarina Martins questionou se esse tempo “alguma vez existiu”.

Assinalando que “a União Europeia já veio dizer que flexibiliza agora, para ajudar os Estados na luta contra a pandemia e a recuperarem as suas economias - mas vai exigir cortes no futuro” e que o presidente do PSD, Rui Rio, “repete que o que se gastar vai ter de se pagar”, a líder do BE concluiu que “em todos estes discursos, a lógica é sempre a da falhada austeridade da ‘troika’”.

“Esse é um erro tremendo, porque cortar salários, pensões, cortar nos serviços públicos, no investimento quando a economia está mais frágil só acrescenta crise à crise”, salientou.

“O que é preciso é puxar pelo emprego, é proteger os serviços públicos, é ter um investimento público que seja contracíclico, e é para essa política que o Bloco de Esquerda está disponível”, defendeu Catarina Martins.

Na ótica da coordenadora do BE, um dos “perigos no debate público” é o “regresso à lógica da austeridade”, e advogou que as decisões tomadas “hoje vão influenciar o dia seguinte”.

Defendendo a necessidade de investimento económico, a líder bloquista assinalou igualmente que “quando o setor privado estiver mais frágil, o Estado vai ter é que investir mais para puxar pela economia”, tal como foi feito “em 2016 e na última legislatura”.

“Quando nos diziam que cortar salários era o único caminho, e que o aumento das pensões ia trazer o diabo, a ousadia de aumentar os salários e as pensões trouxe mais sustentabilidade às contas da Segurança Social. O erro foi o Governo não ter investido tudo o que podia no Serviço Nacional de Saúde ou não ter combatido a precariedade”, concretizou.

“Não aceitámos austeridade em 2011 e não aceitaremos em 2021”, garantiu ainda Catarina Martins.

Catarina Martins considerou que o outro perigo é o “cansaço com as medidas de contenção” para fazer face à pandemia de covid-19, uma vez que, “sem uma data prevista para o fim, e com a crise social a agudizar-se, há a tentação de pensar que se resolve pondo fim à contenção”.

Na opinião da bloquista, isso “seria um erro, porque levaria à imposição de mais medidas e por mais tempo”.

Por isso, frisou, “o que é preciso para combater este cansaço é mais apoio social, combate ao abuso laboral e reforço do Serviço Nacional de Saúde”, para que o país depois possa “passar a uma nova fase”.

Na entrevista à Lusa, divulgada hoje, o primeiro-ministro garantiu também que não adotará a receita de austeridade de há dez anos, alegando não olhar para a crise como um momento de punição, e defende não haver motivos para antever cortes salariais na administração pública.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 470 mortos devido ao novo coronavírus, mais 35 do que na sexta-feira, e 15.987 casos de infeção confirmados.

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