O adiamento dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 para 2021, acompanhado de igual protelação dos pagamentos do Comité Olímpico Internacional (COI), pode complicar ainda mais a precária saúde financeira de várias federações internacionais, como a de vela.
O vice-presidente daquela federação, o uruguaio Scott Perry, pediu ao COI para adiantar às federações internacionais as verbas em causa, que normalmente são pagas a 90 por cento em outubro do ano dos Jogos e 10 por cento no ano seguinte, sendo os montantes distribuídos em função da audiência e tamanho da federação.
Após o Rio2016, o COI, que ainda não se pronunciou sobre a matéria, distribuiu 476 milhões pelas federações internacionais, sendo que várias dependem dessas receitas para sobreviverem, ainda mais face à crise global motivada pela pandemia covid-19.
A vela, que está no quarto grupo de desportos, juntamente com canoagem, esgrima, andebol e luta livre, recebeu 11 milhões de euros após os Jogos no Brasil, sendo que agora tinha previsto arrecadar 13,9 milhões, que representam 47 por cento do seu orçamento para o ciclo olímpico.
Agora, face aos problemas causados com a covid-19 e o aumento da pressão financeira também sobre o desporto, que parou em todo mundo, persiste a incerteza quanto ao valor e quando irá receber.
As contas da federação internacional de vela de 2019 revelam uma previsão de queda de receitas, que este ano seriam compensadas com o dinheiro de Tóquio2020.
Com défice de 5,4 milhões de euros em 2018 e de 2,65 milhões em 2019, a antecipação, mesmo que parcial, do pagamento por parte do COI torna-se vital para a vela e outras modalidades manterem a atividade até 2021, quando os Jogos se realizarem, de 23 de julho a 08 de agosto.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 114 mil mortos e infetou mais de 1,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Dos casos de infeção, quase 400 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 535 mortos e 16.934 casos de infeção confirmados. Dos infetados, 1.187 estão internados, 188 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 277 doentes que já recuperaram.