Em Itália, as livrarias, papelarias e lojas de roupa para bebé foram autorizadas a reabrir portas a partir de hoje, desde que respeitem escrupulosamente as regras de distanciamento e de higiene exigidas aos supermercados.
Também os sapadores florestais foram autorizados a regressar ao trabalho a partir de hoje, para fazer a limpeza do território antes do início da época dos fogos.
A reabertura daquele tipo de lojas não é extensiva a todo o território italiano, com algumas autoridades regionais a manter a proibição de funcionamento e muitos proprietários a decidir manter os estabelecimentos fechados por agora.
A Lombardia e Piemonte (norte), regiões mais afetadas pela pandemia ligada ao novo coronavírus, mantêm as lojas fechadas, a Lácio (centro), que inclui a capital, Roma, adiou a reabertura para a próxima semana para que os estabelecimentos preparem a implementação das medidas de higiene e Veneto (nordeste) apenas autorizou a abertura dois dias por semana para que o alívio das restrições seja gradual.
As autoridades justificaram a decisão de começar por estes estabelecimentos, e não outros, com a necessidade de os alunos se reabastecerem de material escolar e de os pais comprarem roupa para os bebés e crianças muito pequenas, cujas roupas deixam rapidamente de servir.
Quanto às livrarias, o ministro da Cultura, Dario Franceschini, explicou tratar-se de um “bem essencial” para a população, obrigada a permanecer em casa.
“As mesmas medidas de distanciamento e de segurança [aplicadas] dos supermercados serão exigidas, mas vão reabrir”, escreveu o ministro no Twitter.
“Não se trata de um gesto simbólico, mas o reconhecimento de que os livros também são um bem essencial”, acrescentou.
A reabertura de algumas lojas em Itália ocorre depois de o Governo ter prolongado o confinamento da população até 03 de maio.
O país, que contabiliza mais de 20.000 mortes associadas à covid-19, é um dos mais afetados do mundo.
As autoridades asseguram que, embora a curva de contágios esteja a aplanar-se, é prematuro retomar outras atividades.
“Não podemos pôr em risco o que foi conseguido com sacrifício, porque dessa forma todos os resultados positivos alcançados podiam perder-se”, afirmou o primeiro-ministro, Giuseppe Conte.
O Governo italiano espera que, a partir de 03 de maio, o país possa entrar na “fase 2”, de abertura gradual do país, mas remete a decisão para mais próximo dessa data.
Nessa perspetiva, apelou às empresas que preparem planos de segurança e comecem a desinfetar as instalações.
Surgido em dezembro na China, o novo coronavírus já fez mais de 120 mil mortos e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.