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Covid-19: Guiné-Bissau pede financiamento de crédito rápido ao FMI

As autoridades no poder na Guiné-Bissau anunciaram hoje que pediram ao Fundo Monetário Internacional (FMI) um financiamento de crédito rápido devido ao impacto económico que a covid-19 está a ter no país.

Covid-19: Guiné-Bissau pede financiamento de crédito rápido ao FMI
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"Fiz uma carta para pedir um financiamento de crédito rápido, que o FMI também está a disponibilizar aos países frágeis, como a Guiné-Bissau", disse hoje à Lusa João Fadiá, ministro das Finanças do Governo de Nuno Nabian.

Segundo João Fadiá, o pedido já está em Washington e está a ser trabalhado com a equipa do FMI que tem o dossiê da Guiné-Bissau, liderada por Max Alier.

"Vamos ter possibilidade de conseguir um empréstimo que pode ir até 50% da quota da Guiné-Bissau no FMI", salientou, esperando uma resposta durante o mês de maio.

A Guiné-Bissau beneficiou na segunda-feira de um perdão de parte da dívida ao FMI concedido por causa do impacto económico da pandemia do novo coronavírus está a ter nos países a nível mundial.

O país, segundo João Fadiá, está a sofrer um "impacto económico muito significativo" com a pandemia, incluindo na campanha de comercialização da castanha de caju.

A economia da Guiné-Bissau é dominada pela comercialização da castanha de caju, maior produto de exportação do país, e da qual depende direta e indiretamente cerca 80% da população do país.

Ao nível das finanças públicas, o impacto da covid-19 deverá levará o país a perder 1,5% do Produto Interno Bruto e deverá haver perdas de 44 milhões de dólares (cerca de 40 milhões de euros) em pagamentos.

As autoridades de saúde da Guiné-Bissau elevaram na segunda-feira para 40 o número de casos de covid-19 no país.

No âmbito do combate ao novo coronavírus, as autoridades guineenses declararam o estado de emergência, que foi renovado sábado até 26 de abril, bem como o encerramento das fronteiras aéreas, terrestres e marítimas na Guiné-Bissau, medidas que foram acompanhadas de uma série de outras restrições à semelhança do que está a acontecer em vários países do mundo.

Uma das restrições só permite que as pessoas circulem entre 07:00 e as 11:00 locais (menos uma hora que em Lisboa).

A covid-19 atingiu a Guiné-Bissau num momento em que o país vive mais um período de crise política, depois de o general Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições pela Comissão Nacional de Eleições, se ter autoproclamado Presidente do país, enquanto decorre no Supremo Tribunal de Justiça um recurso de contencioso eleitoral apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira.

Umaro Sissoco Embaló tomou posse numa cerimónia dirigida pelo vice-presidente do parlamento do país Nuno Nabian, que acabou por deixar aquelas funções, para assumir a liderança do Governo nomeado pelo autoproclamado Presidente.

O Governo demitido por Umaro Sissoco Embaló, o do primeiro-ministro Aristides Gomes, mantém o apoio da maioria no parlamento da Guiné-Bissau.

O Governo liderado por Nuno Nabian ocupou os ministérios com o apoio de militares, mas Sissoco Embaló recusa que esteja em curso um golpe de Estado no país e diz que aguarda a decisão do Supremo sobre o contencioso eleitoral.

Depois de os ministérios terem sido ocupados, as forças de segurança estiveram em casa dos ministros de Aristides Gomes para recuperar as viaturas de Estado.

Na sequência da tomada de posse de Umaro Sissoco Emabaló e do seu Governo, os principais parceiros internacionais da Guiné-Bissau apelaram a uma resolução da crise com base na lei e na Constituição do país, sublinhando a importância de ser conhecida uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça sobre o recurso de contencioso eleitoral.

O Supremo Tribunal de Justiça remeteu uma posição sobre o contencioso eleitoral para quando forem ultrapassadas as circunstâncias que determinaram o estado de emergência no país.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 120 mil mortos e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Dos casos de infeção, cerca de 402 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O número de mortes provocadas pela covid-19 em África ultrapassou hoje as 800 com mais de 15 mil casos registados em 52 países, de acordo com a mais recente atualização dos dados da pandemia naquele continente.

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