São Tomé e Príncipe deverá ter ainda esta semana um hospital de campanha, oferecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), para enfrentar eventuais casos de covid-19, que tem quatro casos positivos no país, anunciou hoje o Governo.
"Ainda esta semana, será concluída a montagem do hospital de campanha ofertado pela OMS, que permitirá um aumento considerável da capacidade de resposta e atendimento do sistema de saúde aos eventuais casos graves que possam surgir", afirmou o executivo, num comunicado lido pelo porta-voz, Adelino Lucas.
O Governo, liderado por Jorge Bom Jesus, manifestou-se preocupado, adiantando aguardar quer a chegada de um laboratório, igualmente oferecido pela OMS, como materiais e consumíveis e testes rápidos já comprados e que ainda se encontram em Portugal.
No comunicado, o executivo adiantou que continua a "desenvolver contactos com os parceiros bilaterais e multilaterais", no sentido de procurar "suprir algumas insuficiências ainda existentes quer no campo da prevenção, como no campo da contenção à covid-19, caso a situação evolua negativamente".
Segundo as autoridades são-tomenses, "até a presente data" não entrou nos serviços hospitalares do país "nenhum cidadão com sintomas associados ao coronavírus", apesar dos quatro casos positivos anunciados no início da semana passada.
"Todas as informações em contrário não passam de meras especulações", garantiu o Governo, sublinhando que, no âmbito do programa de combate à pandemia, "já foi criado um centro de isolamento para eventuais doentes do coronavírus", no principal hospital do país, com capacidade para 10 pacientes.
Sobre os quatro cidadãos, cujos testes efetuados em Franceville, Gabão, deram positivos, o executivo referiu que estes "continuam confinados nas suas residências, sem contacto com as outras pessoas e vigiados pelas equipas médicas, não revelando até a data nenhum sintoma preocupante".
O Governo aguarda entretanto os resultados de 82 testes enviados, esta segunda-feira, para laboratórios especializados na Guiné Equatorial.
No âmbito das medidas de prevenção da covid-19, o Governo decidiu encerrar o Mercado Municipal, o principal da capital, São Tomé, a partir desta quarta-feira, devendo todas os vendedores de peixe, de carne e de hortaliças serem transferidos de imediato para o novo mercado de Bobo-Forro, a pouco mais de três quilómetros da cidade.
O encerramento do principal mercado da capital afeta mais de 1.100 vendedores e o novo mercado de Bobo-Forro tem capacidade para 700 feirantes, estando a ser ali realizadas obras de alargamento.
No comunicado, o Governo anuncia a atribuição de um subsídio a vários cidadãos residentes na Região Autónoma do Príncipe que ficaram retidos na capital do país devido à suspensão dos voos e de navios de ligação entre as duas ilhas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 120 mil mortos e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Dos casos de infeção, cerca de 402 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O número de mortes provocadas pela covid-19 em África ultrapassou hoje as 800 com mais de 15 mil casos registados em 52 países, de acordo com a mais recente atualização dos dados da pandemia naquele continente.