Mais de oito mil idosos que vivem sozinhos ou isolados foram contactados telefonicamente pela GNR durante o período da Páscoa, que sinalizou 26 com problemas e que foram encaminhados para linhas de tratamento e de apoio psicológico.
Numa conferência de imprensa conjunta para divulgar os dados da operação “Páscoa em Casa” da PSP e da GNR, que decorreu entre as 00:00 do dia 09 de abril e a 24:00 de segunda-feira no âmbito do estado de emergência devido à covid-19, o diretor de operações da Guarda Nacional Republicana afirmou que, no âmbito do ‘Programa 65 Longe+Perto’, foram contactados, por telefone, 8.128 idosos que estavam identificados como sendo mais vulneráveis porque viviam mais isolados ou sozinhos.
“Dos oito mil contactos, detetados e sinalizados 26 com problemas que podemos analisar no âmbito do foro psicológico, porque já se encontravam demasiado debilitados e foram encaminhados para linhas de tratamento e de apoio psicológico” disse Vitor Rodrigues.
Através das Secções de Prevenção Criminal e Policiamento Comunitário (SPC), a GNR está a promover o ‘Programa 65 Longe+Perto’ que visa o contacto telefónico com todo os idosos sinalizados, procurando identificar situações que, por força da fase de maior isolamento social, justifiquem uma abordagem ao nível psicológico.
A violência doméstica foi também uma das prioridades das duas forças se segurança, numa altura que existe maiores restrições devido ao confinamento social, tendo a PSP e a GNR registado uma diminuição das queixas deste crime.
O diretor do departamento de operações da PSP, Luís Elias, afirmou que esta força de segurança recebeu, nos últimos dias, 113 denúncias de violência doméstica, representando uma descida de 47% face ao mesmo período de 2019, além de ter detido 10 pessoas, nove das quais em flagrante.
Luís Elias estima que esta situação está relacionada com o isolamento, existindo “um menor pretensão” para as vítimas se dirigirem a uma esquadra da PSP para fazer uma denúncia.
Nesse sentido, sublinhou que PSP criou canais para contactos via eletrónica e é fundamental que as pessoas com conhecimento de casos de violência doméstica os denunciem às forças de segurança.
O diretor do departamento de operações da Polícia de Segurança Pública destacou também que 68% das queixas foram feitas pelas vitimas e 20% de terceiros, 58% das situações foram consideradas de risco médio e cerca de 7% de risco elevado.
Por sua vez, a GNR, que partilha de preocupação idêntica da PSP, registou, durante o período da Páscoa 169 queixas por violência doméstica, menos 15% do no mesmo período de 2019.
Portugal está em estado de emergência desde o dia 19 de março e até 17 de abril devido à pandemia de covid-19.
Segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 567 mortos associados à covid-19, e 17.448 casos de infeção confirmados no país.