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FMI/Previsões: Fundo aponta diferenças na evolução dos juros das dívidas públicas

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou hoje para o aumento dos juros da dívida nos países mais vulneráveis na sequência da pandemia de covid-19, ao mesmo tempo que os países menos vulneráveis os poderão ver descer.

FMI/Previsões: Fundo aponta diferenças na evolução dos juros das dívidas públicas
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Segundo o 'Fiscal Monitor' hoje conhecido, que analisa as políticas orçamentais a nível mundial, é esperado "o alargamento dos 'spreads' [das dívidas] de soberanos [Estados] e empresariais, com um declínio nos custos de financiamento para soberanos que sejam considerados seguros e uma simultânea liquidação de ativos que são percecionados como arriscados".

Referindo que antes da pandemia de covid-19 "as taxas nominais efetivas estavam abaixo de 2% em mais de um terço das economias avançadas", o FMI aponta que essas taxas "deverão baixar ainda mais em países seguros (por exemplo os Estados Unidos, Japão e Alemanha)".

"No entanto, dado o alto nível de dívida pública - 83% do Produto Interno Bruto [PIB] mundial em 2019 - e as grandes necessidades brutas de financiamento em alguns países, o risco de um aumento em custos de refinanciamento persiste", pode ler-se no relatório orçamental do FMI.

Dadas as medidas de apoio orçamental ao combate à pandemia de covid-19, tanto de natureza sanitária como de apoio à economia e à sociedade em geral, nas economias avançadas "o saldo orçamental médio em 2020 deverá deteriorar-se significativamente".

"Isto acontece depois de medidas orçamentais expansionistas em 2019, em que mais de metade das economias avançadas" as adotaram, destaca o FMI.

E, apesar dos "efeitos macroeconómicos da pandemia serem incertos e do tamanho das medidas orçamentais discricionárias em resposta à covid-19 poder aumentar, vão afetar o saldo global e os rácios de dívida pública sobre o PIB a médio prazo", segundo o FMI.

Como riscos adicionais, a instituição sediada em Washington refere "uma quebra económica mais severa proveniente de mais infeções e repetição de surtos", "grandes alterações nos preços das matérias-primas", "agitação prolongada nos mercados financeiros", "agitação social renovada" ou "eventos meteorológicos extraordinários".

O FMI afirma ainda que "o esperado enfraquecimento da procura agregada e os seus efeitos de contágio alargados (através de comércio, preços das matérias-primas, e condições financeiras mais apertadas) apelariam, em geral, a um apoio orçamental de base alargada, como cortes de impostos em toda a economia ou investimento público, para fomentar a recuperação" depois da crise sanitária.

No entanto, para já, este tipo de apoios deverá ser "mais limitado", porque em alguns países o confinamento "implica que um estímulo orçamental generalizado seja menos eficaz, dadas as disrupções nos processos de produção e nas cadeias de oferta".

"Em segundo lugar, maiores gastos em saúde e gastos e medidas fiscais dedicadas poderão consistir num apoio enorme. E em terceiro lugar, a lentidão na decisão e implementação de medidas implicam que um estímulo fiscal generalizado poderá provavelmente começar a fomentar a procura uma vez que a pandemia desvaneça", pode também ler-se no documento.

Este cenário "levaria a uma aceleração da implementação de projetos de investimento já orçamentados, expedindo medidas discricionárias previamente planeadas, e planear mais apoio orçamental com o tempo, dependendo do espaço orçamental disponível".

"Nos países mais endividiados, o ritmo e o tamanho do ajustamento a médio-prazo necessitariam de ser reavaliado uma vez ultrapassada a crise sanitária e sabida a dimensão da perda económica. Qualquer consolidação no médio prazo deverá ser ritmada apropriadamente, amiga do crescimento e inclusiva", defende o FMI.

O FMI prevê para Portugal uma dívida pública de 135% do PIB e um défice de 7,1% em 2020 devido à pandemia de covid-19, segundo o 'Fiscal Monitor' hoje divulgado.

O FMI prevê ainda uma recessão de 8,0% da economia portuguesa e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020, devido à pandemia de covid-19, de acordo com as Perspetivas Económicas Mundiais divulgadas na terça-feira.

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