O diretor de Assuntos Fiscais do Fundo Monetário Internacional, Vítor Gaspar, salientou hoje em conferência de imprensa que as medidas de combate à covid-19 a nível mundial chegam aos 7,3 biliões de euros.
"De acordo com o 'Fiscal Monitor' [do FMI], ações de política discricionária com impacto direto no orçamento chegam aos 3,3 biliões de dólares [cerca de 3 biliões de euros, a nível mundial], e injeções de liquidez chegam aos 1,8 biliões de dólares [cerca de 1,7 biliões de euros], e garantias representam 2,7 biliões de dólares [cerca de 2,5 biliões de euros]", destacou Vítor Gaspar em conferência de imprensa.
O antigo ministro das Finanças português salientou que os 7,3 biliões de euros em apoio correspondem a 9,5% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
Vítor Gaspar considerou "imperativo que as políticas orçamentais protejam as pessoas e empresas que ficaram mais vulneráveis com a crise".
"Para as famílias, os objetivos são suprir as necessidades básicas e evitar dificuldades desnecessárias. Ações incluem deferimento do pagamento de impostos, transferências de dineiro, subsídios de desemprego aumentados e assistência social", detalhou.
Vítor Gaspar considerou que estas medidas são "linhas de segurança com o objetivo de preservar padrões de vida decentes e vivências".
"Para as empresas, o objetivo é evitar sustos permanentes. As políticas orçamentais podem ajudar a preservar o emprego e os salários, mantendo capacidade que será crucial para a recuperação do emprego. Estas incluem evitar falências desnecessárias e liquidação de ativos", referiu.
Vítor Gaspar referiu que "numa emergência é crucial atuar rapidamente e decisivamente", o que implica "transparência" e "avaliações posteriores" das medidas prestadas.
O antigo ministro das Finanças acabou por citar várias vezes a frase de Mario Draghi, que disse que faria "tudo o que fosse necessário para salvar o euro" no auge da crise das dívidas soberanas, mas com aplicação às medidas de política orçamental necessárias a nível mundial.
Vítor Gaspar constatou que os rácios de dívida pública vão aumentar por todo o mundo, e que "a incerteza é muito grande" no contexto das previsões agora elaboradas pelo FMI, apelando ainda à "coordenação entre os países e dentro dos países".