O Banco Islâmico de Desenvolvimento vai apoiar a Guiné-Bissau no âmbito do combate à pandemia do novo coronavírus com 13,8 milhões de euros, anunciaram as autoridades guineenses.
Numa mensagem na rede social Facebook, Nuno Nabian, nomeado primeiro-ministro da Guiné-Bissau pelo autoproclamado Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, anunciou que o ministro das Finanças do seu Governo, João Fadia, reuniu-se com o presidente do Banco Islâmico para o Desenvolvimento, "onde foi decidido um apoio urgente de um montante de 15 milhões de dólares" (cerca de 13,8 milhões de euros) para combater a covid-19.
Nuno Nabian salienta também que não têm sido poupados esforços para encontrar soluções médicas e sanitárias e mecanismos que permitam o país aceder a "meios financeiros para aumentar a sua capacidade de respostas na frente comum de combate".
"Fazemos isto pela natureza da nossa missão, pelo nosso povo e sobretudo porque precisamos de apoiar total e incondicionalmente os nossos novos heróis que são os médicos e os paramédicos", sublinha.
A Guiné-Bissau registou até hoje 46 infetados com covid-19, três dos quais já estão recuperados.
As infeções foram detetadas em três regiões do país, nomeadamente setor autónomo de Bissau, Cacheu e Biombo.
No âmbito do combate à pandemia, a Guiné-Bissau já prolongou o estado de emergência até 26 de abril e endureceu algumas das medidas para combate e prevenção da doença, à semelhança do que aconteceu em alguns países do mundo.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 137 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 450 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
No continente africano, a covid-19 já fez 910 mortos e há registo de 17.293 casos.
A covid-19 atingiu a Guiné-Bissau num momento em que o país vive mais um período de crise política, depois de o general Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições pela Comissão Nacional de Eleições, se ter autoproclamado Presidente do país, enquanto decorre no Supremo Tribunal de Justiça um recurso de contencioso eleitoral apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira.
Umaro Sissoco Embaló tomou posse numa cerimónia dirigida pelo vice-presidente do parlamento do país Nuno Nabian, que acabou por deixar aquelas funções, para assumir a liderança do Governo nomeado pelo autoproclamado Presidente.
O Governo demitido por Umaro Sissoco Embaló, o do primeiro-ministro Aristides Gomes, mantém o apoio da maioria no parlamento da Guiné-Bissau.
O Governo liderado por Nuno Nabian ocupou os ministérios com o apoio de militares, mas Sissoco Embaló recusa que esteja em curso um golpe de Estado no país e diz que aguarda a decisão do Supremo sobre o contencioso eleitoral.
Depois de os ministérios terem sido ocupados, as forças de segurança estiveram em casa dos ministros de Aristides Gomes para recuperar as viaturas de Estado.
Na sequência da tomada de posse de Umaro Sissoco Embaló e do seu Governo, os principais parceiros internacionais da Guiné-Bissau apelaram a uma resolução da crise com base na lei e na Constituição do país, sublinhando a importância de ser conhecida uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça sobre o recurso de contencioso eleitoral.
O Supremo Tribunal de Justiça remeteu uma posição sobre o contencioso eleitoral para quando forem ultrapassados as circunstâncias que determinaram o estado de emergência no país.