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Covid-19: Cabo Verde com diferencial orçamental de 200 ME quer perdão de dívida

O vice-primeiro-ministro cabo-verdiano, Olavo Correia, disse hoje que o país tem um diferencial no orçamento de 200 milhões de euros provocada pela crise do novo coronavírus e vai pedir um perdão da dívida externa.

Covid-19: Cabo Verde com diferencial orçamental de 200 ME quer perdão de dívida
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“Temos um ‘gap’ no orçamento na ordem dos 200 milhões de euros”, afirmou o também ministro das Finanças, numa conferência de imprensa, na cidade da Praia, onde foi anunciado oficialmente um apoio inicial da União Europeia (UE) de cinco milhões de euros para ações prioritárias do país âmbito da pandemia de covid-19.

Por causa dessa diferença orçamental, o governante explicou que o país vai elaborar uma agenda, no quadro dos pequenas países insulares e dos países africanos menos desenvolvidos, para uma moratória no curto prazo, mas depois para perdão do pagamento da dívida externa.

“Porque a moratória em si é um sinal de bom sentido, mas ainda não é uma medida suficiente, diria que temos de conseguir um perdão da dívida externa para permitir que o Estado de Cabo Verde possa ter espaço para continuar a investir nos setores que poderão ser determinantes nesta recriação da economia cabo-verdiana”, salientou Olavo Correia.

“Queremos no curto prazo conseguir 200 milhões de euros para fecharmos o ‘gap’ orçamental e depois colocar na agenda pública internacional o tema do perdão da dívida externa”, insistiu o ministro, salientando o comprometimento da comunidade internacional no apoio a Cabo Verde.

Um dos apoios imediatos chega da UE, num total de 5 milhões de euros para os cofres do Estado, que segundo o ministro vem mostrar a excelência das relações entre as partes.

“São valores muito importantes, vão ser utilizados para financiar quatro programas que já estão em curso, para apostar nas pessoas”, enfatizou Olavo Correia, lembrando que Cabo Verde já tem vários projetos apoiados pela União Europeia em diversos domínios.

Além da UE, o vice-primeiro-ministro disse que Cabo Verde conta com apoios de outros parceiros, como o Banco Mundial, o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Luxemburgo, além de outros bilaterais e multilaterais.

“Estou muito otimista em como nós conseguiremos o apoio dos nossos parceiros, mas esse custo não pode ser financiado apenas pelos parceiros, tem de ser por Cabo Verde, por todos os contribuintes cabo-verdianos”, frisou.

O apoio da UE vai ser utilizado em quadro programas sociais de ajuda a milhares de famílias cabo-verdianas que ficaram sem rendimento com a crise provocada pelo novo coronavírus.

A ministra da Família e Inclusão Social, Maritza Rosaball, referiu que o apoio da União Europeia poderá ser utilizado para reforço das medidas, não no sentido de subsidiações, mas para criar atividades e apoiar a recuperação económica dessas pessoas.

Para a embaixadora da União Europeia em Cabo Verde, Sofia Moreira de Sousa, a ajuda surge no espírito de solidariedade e união entre as partes.

“Desta forma mostramos que a união existe e tem que ser demonstrada quando mais é precisa”, declarou, lembrando que todos os países da União Europeia também são bastante afetados por esta crise.

Sofia Moreira de Sousa sublinhou que as respostas serão sempre adequadas às necessidades e garantiu que a EU já está a trabalhar num segundo desembolso para Cabo Verde, mas ainda não sabe para quando e os valores.

Cabo Verde conta até ao momento com 56 casos confirmados de covid-19 no arquipélago, um dos quais levou à morte do doente e outro já foi considerado recuperado. Deste total, três registaram-se na ilha de Santiago e um na ilha de São Vicente.

Os restantes 51 foram registados na Boa Vista, sendo que além dos 50 naquele hotel, foi confirmado ainda em março outro caso, de uma turista dos Países Baixos.

Cabo Verde cumpre hoje 20 dias de estado de emergência para conter a pandemia provocada pelo novo coronavírus, com a população obrigada ao dever geral de recolhimento, com limitações aos movimentos, empresas não essenciais e escolas fechadas, além de suspensas todas as ligações interilhas e para o exterior suspensas.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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