O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disponibilizou hoje às comunidades autónomas «liquidez extra» no valor de 14 mil milhões de euros para enfrentarem a pandemia de covid-19.
Numa conferência de imprensa que decorreu após a reunião de Sánchez com os presidentes das autonomias, o ministro dos Transportes, José Luis Ábalos, afirmou que se trata de "um mecanismo absolutamente extraordinário" num momento em que as comunidades têm problemas de liquidez para gastos e pagamentos.
"O valor de 14 mil milhões é o agregado de diferentes contribuições relacionadas com o financiamento regional, adiantando algumas receitas", explicou o ministro, acrescentando que se trata de verba proveniente de distintos instrumentos financeiros, depois de algumas comunidades terem referido que não se trata de um fundo novo, segundo a agência Efe.
Ábalos disse também que "não há datas certas" para o reinício das atividades agora paradas, estando a ser considerados "todos os cenários". Admitiu, no entanto, que "há setores onde será mais difícil voltar à normalidade", como o turismo e o transporte aéreo.
Na conferência de imprensa esteve também presente o ministro da Saúde, Salvador Illa, que se referiu ao processo de transição da atual situação de confinamento, que está a ser preparado pelo Governo, tendo este pedido hoje a contribuição das comunidades.
Questionado sobre se o presidente do Governo regional da Catalunha, Quim Torra, tinha exigido durante a reunião gerir esse processo na Catalunha, Illa limitou-se a responder que se trata de uma tarefa "do Governo de Espanha".
Numa conferência de imprensa após a reunião com Sánchez, que decorreu por videoconferência, Quim Torra afirmou que os 14 mil milhões de euros anunciados pelo Governo de Madrid não são "liquidez extra", uma vez que são fundos "já previstos no modelo de financiamento", insistindo em exigir mais liquidez e uma transferência direta de recursos do Estado para evitar que as autonomias tenham que aumentar a sua dívida.
No sábado, o primeiro-ministro de Espanha anunciou um prolongamento do estado de emergência que entrou em vigor em 15 de março e que permanecerá agora até 09 de maio, mas com uma suavização de algumas medidas restritivas.