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Covid-19: Líderes juvenis guineenses alertam para risco de infeção

Os líderes das plataformas juvenis na Guiné-Bissau mostraram-se hoje preocupados com o facto de o novo coronavírus estar a infetar mais a juventude que continua cética em relação à existência da doença no país, mantendo as rotinas diárias.

Covid-19: Líderes juvenis guineenses alertam para risco de infeção
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Em declarações à Lusa, Aissatu Djaló, líder do Conselho Nacional da Juventude (CNJ) e Seco Nhaga, presidente da Rede Nacional das Associações Juvenis (Renaj), mostraram-se apreensivos com "o comportamento dos jovens, mesmo perante os apelos das autoridades" sanitárias para que fiquem em casa.

Aissatu Djaló, que é medica, defendeu que das 50 pessoas infetadas até hoje na Guiné-Bissau pela covid-19, a maioria são jovens com idades entre os 25 e 34 anos.

"Infelizmente, os jovens não estão a seguir as recomendações das autoridades sanitárias guineenses e nem da OMS (Organização Mundial da Saúde), que lhes pedem para ficarem nas suas casas", declarou a líder do CNJ.

A mesma preocupação é partilhada por Seco Nhaga, líder da Renaj.

"Preocupa-nos esta conduta errante dos jovens, que são a maioria da população guineense. O vírus não anda, não tem pernas, ele é movimentado, sobretudo pelos jovens, que também são os mais infetados até aqui", sublinhou Seco Nhaga, enfermeiro de profissão.

Os dois dirigentes juvenis propõem às autoridades a adoção de "outras medidas" e o reforço da sensibilização junto daquela franja da população, que dizem não ser só a juvenil, que ainda continua a afirmar que o novo coronavírus não chegou à Guiné-Bissau.

Aissatu Djaló observou que os jovens, foram os primeiros a iniciar ações de sensibilização sobre o novo coronavírus na Guiné-Bissau, mas também notou que "muitos jovens", sobretudo de Bissau, continuam a não acreditar na existência da covid-19 no país.

Seco Nhaga disse ser triste "continuar a encontrar jovens nas ruas sem necessidade, a deambularem nos bairros, a visitarem-se entre si, a praticar desporto e a beberem do mesmo copo", nos convívios, frisou.

"A Renaj intensificou o trabalho de se sensibilização através da Rádio Jovem de Bissau, que é património da Renaj", afirmou Nhaga que vê o comportamento da juventude guineense como principal vetor de propagação do novo coronavírus no país.

As autoridades da Guiné-Bissau declararam estado de emergência até dia 26 no âmbito ao combate e prevenção do novo coronavírus e entre várias medidas limitaram a circulação de pessoas ao período entre as 07:00 e as 12:00 locais (mais uma hora em Lisboa).

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 164 mil mortos e infetou mais de 2,3 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 525 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

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