Máscaras, luvas, fatos, óculos e termómetros fazem parte dos materiais de proteção individual que a China entregou hoje a Cabo Verde, para o país africano fazer face à pandemia do novo coronavírus.
O protocolo para concessão dos materiais foi assinado no Aeroporto Internacional da Praia Nelson Mandela, pelo embaixador da China em Cabo Verde, Du Xiaocong, e pelo ministro da Saúde de Cabo Verde, Arlindo do Rosário.
Para o embaixador da China em Cabo Verde, Du Xiaocong, a entrega do donativo de materiais emergenciais ao Governo cabo-verdiano demonstra a excelência das relações entre os dois países, que começou há muito tempo, e que se evidencia agora na luta contra a pandemia.
O diplomata disse ainda que é a materialização da estreita colaboração entre os dois países na área da saúde, onde a China também tem dado um contributo a Cabo Verde, sobretudo com deslocação de médicos especialistas.
Os materiais incluem 12 mil máscaras, dois mil fatos individuais, 500 termómetros, dois mil óculos de proteção e 10 mil luvas, contabilizou o embaixador, informando que a embaixada da China já doou cerca de 33 mil euros a Cabo Verde para apoiar na prevenção e controlo da epidemia.
No seu discurso, o embaixador reconheceu os esforços do Governo de Cabo Verde para conter a epidemia, apontando as medidas “pragmáticas e eficazes” e uma “colaboração frutífera” com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
“A China presta assistência dentro do seu alcance para apoiar Cabo Verde a combater a epidemia”, salientou Du Xiaocong, recordando ainda a doação de materiais a Cabo Verde do empresário chinês Jack Ma, dono dos gigantes do comércio online Alibaba e Ali Express.
O ministro da Saúde e Segurança Social de Cabo Verde, Arlindo do Rosário, disse que os equipamentos doados pela China vão reforçar a capacidade de resposta por parte de Cabo Verde para enfrentar essa epidemia.
“É importante criarmos condições de resposta a nível nacional”, salientou Arlindo do Rosário, indicando que os equipamentos vão ser distribuídos pelo Gabinete de Assuntos Farmacêuticos do ministro da Saúde “de acordo com as necessidades” das unidades de saúde do país.
O ministro notou que o apoio chinês chega um mês depois do surgimento do primeiro caso de coronavírus no arquipélago, que regista neste momento 67 casos positivos.
“É uma evolução que espelha também aquilo que o Governo tem feito por forma a conter, dentro do possível, a propagação da epidemia”, disse o ministro.
Mesmo estando numa fase inicial, e com surgimento de 11 casos nos últimos dias na ilha de Santiago, Arlindo do Rosário salientou que se deve continuar a reforçar essas medidas de distanciamento social e de higiene.
“Este é um momento em que a população tem um papel cada vez mais importante no sentido de interiorizar essas medidas, por forma a que possamos continuar nesse trajeto de reduzir a propagação dessa infeção”, afirmou o titular da pasta da Saúde em Cabo Verde.
Arlindo do Rosário sublinhou que Cabo Verde tem contado com o apoio de vários parceiros, ao nível da cooperação bilateral, mas também multilateral, enfatizando que “nenhum país consegue combater esta epidemia sozinho”.
Além da China, o ministro disse que Cabo Verde vai começar a contar a partir desta semana com o apoio de Cuba e de outros países.
Cabo Verde regista até este momento 67 casos positivos de covid-19, sendo 52 na ilha da Boa Vista, 14 na ilha de Santiago e um em São Vicente.
Um dos casos da Praia (Santiago) já foi considerado como recuperado da doença e o primeiro caso do país, na ilha da Boa Vista, terminou na morte do turista inglês, de 62 anos.
O país renovou o estado de emergência, para vigorar até 02 de maio, nas ilhas com casos positivos e até 26 de abril nas restantes seis ilhas habitadas, sem casos registados com covid-19.
A nível global, a pandemia já provocou mais de 164 mil mortos e infetou mais de 2,3 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 525 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.