A Fundação Calouste Gulbenkian reforçou o apoio de emergência à Cultura em 500 mil euros e atribuiu um apoio à criação no valor de 200 mil euros, para ajudar o meio artístico a enfrentar a crise causada pela covid-19.
O anúncio foi feito hoje pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) que reforçou para 1,5 milhões de euros o apoio de emergência criado no final de março, a ser concedido no âmbito do Concurso de Apoio de Emergência aos Artistas e à Cultura, que decorreu entre 30 de março e 06 de abril.
Simultaneamente, a FCG anunciou ter destinado 200 mil euros a serem atribuídos no âmbito do Concurso Novos Criadores em Cinema Dança e Teatro.
Os apoios do fundo de emergência abrangeram mais de 1.500 agentes culturais e 1,5 milhões de euros, o que significa um reforço de meio milhão de euros relativamente ao que tinha sido inicialmente anunciado, sublinhou a fundação, especificando que estes apoios serão concedidos a artistas e entidades das áreas de música, dança, teatro e artes visuais.
Este apoio reveste a forma de uma “reposição parcial dos rendimentos perdidos”, para ajudar artistas e entidades de produção artística a fazerem face a despesas de subsistência.
Para a presidente da fundação, Isabel Mota, a situação vivida pelos artistas portugueses, que subitamente viram os seus espetáculos e exposições cancelados, justifica “esta inédita intervenção de emergência”.
“A Fundação não seria a mesma sem a comunidade de artistas portugueses com quem, ao longo dos anos, foi construindo relações de confiança recíproca” e, por isso, “faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para os ajudar a ultrapassar esta crise”, acrescentou.
Na seleção das candidaturas foram tidos em consideração a identificação das perdas de rendimentos, fatores de igualdade de género e de distribuição regional, bem como situações de profissionais que exercem a atividade há menos tempo.
Assim, os 1,5 milhões de euros serão concedidos a artistas, profissionais e técnicos a título individual, e a estruturas de produção artística, distribuídos em diferentes parcelas.
Aos agentes individuais serão atribuídos 32,3% na área da Música, 16,7 % na área da Dança, 30,9% do Teatro, 17,9 % das Artes Visuais e 2,2% de outras áreas.
Quanto às estruturas artísticas, recebem 16% na área da Música, 15,1% na área da Dança, 37,8% do Teatro, 8,4% das Artes Visuais e 22,7% de outras áreas.
A fundação anunciou ainda os resultados do Concurso Novos Criadores em Cinema Dança e Teatro, que estava a decorrer quando a situação de emergência nacional começou, revelando que serão atribuídos mais de 200 mil euros a 46 projetos nas áreas do Cinema, Dança e Teatro.
Foi dada prioridade a criadores em início de carreira ou que se encontrem a iniciar um novo eixo de intervenção no seu percurso artístico, bem como a criadores no exercício de abordagens artísticas consideradas inovadoras, indicou a FCG.
Anteriormente, a fundação já tinha anunciado a criação de um fundo de emergência, com um total de cinco milhões de euros a repartir pelas áreas da Saúde, Ciência, Sociedade Civil, Educação e Cultura.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 167 mil mortos e infetou mais de 2,4 milhões de pessoas em todo o mundo.
Em Portugal, morreram 735 pessoas das 20.863 registadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.