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ONG acusa Governo moçambicano de «traçar» previsões alarmistas para atrair apoio internacional

O Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD), uma ONG moçambicana, acusou hoje o Governo de «traçar um cenário alarmista», com a previsão de 20 milhões de infeções pelo novo coronavírus nos próximos seis meses, para atrair apoio internacional.

ONG acusa Governo moçambicano de «traçar» previsões alarmistas para atrair apoio internacional
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"O Governo moçambicano traçou um cenário alarmista de 20 milhões de infetados para atrair apoio da comunidade internacional", lê-se numa nota do CDD distribuída hoje à imprensa.

Na segunda-feira, durante um conselho coordenador em Maputo, o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) anunciou que o executivo moçambicano prevê que, no pior cenário, que cerca de 20 milhões de pessoas possam ser infetadas pelo novo coronavírus nos próximos seis meses, acrescentando que o país precisava e 34 mil milhões de meticais (465 milhões de euros) para fazer face à doença.

Além de "alarmista", o cenário gera um clima de pânico na sociedade moçambicana segundo o CDD, que alerta ainda que o número avançado pelas autoridades representa o dobro das infeções previstas para o continente africano pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

"O executivo [moçambicano ] devia informar com muita responsabilidade sobre a situação da covid-19 em Moçambique", acrescenta a nota, sugerindo que seja as autoridades da saúde fazerem a apresentação destas projeções, evitando "traçar cenários catastróficos, com o objetivo de angariar ajuda internacional".

Com um total de 39 casos oficiais, Moçambique vive em estado de emergência durante todo o mês de abril, com escolas, espaços de diversão e lazer encerrados, proibição de todo o tipo de eventos e de aglomerações, além da suspensão da emissão de vistos.

O número de mortes provocadas pela covid-19 em África subiu para 1.158 nas últimas horas, com mais de 23 mil casos registados da doença em 52 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné Equatorial lidera em número de infeções (79), seguida de Cabo Verde (67 casos e uma morte), Guiné-Bissau (50), Angola (24 infetados e dois mortos) e São Tomé e Príncipe continua sem casos, após uma primeira identificação de quatro casos positivos que não foram confirmados na segunda análise.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 170 mil mortos e infetou quase 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

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