O Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), almirante Silva Ribeiro, defendeu hoje a reserva do recrutamento, em estudo pelo Governo, e recusou que seja um «regresso encapotado» do Serviço Militar Obrigatório (SMO).
“Não é uma forma encapotada de criar um SMO. Longe de nós”, afirmou Silva Ribeiro, que foi ouvido hoje à tarde sobre o papel dos militares no combate à pandemia de covid-19, na comissão de Defesa Nacional, na Assembleia da República, em Lisboa, em resposta a uma pergunta do deputado João Vasconcelos, do Bloco de Esquerda.
A criação de uma “reserva” de portugueses dos 18 aos 35 anos, que podem ser recrutados em momentos excecionais, está a ser estudada pelo Governo, havendo um grupo de trabalho que vai apresentar propostas dentro de um ano.
Para Silva Ribeiro, um serviço militar obrigatório, como o que existiu até 2004, que obrigava parte dos jovens, “não tem hoje em Portugal qualquer exequibilidade”.
“Não está na mente de nenhum chefe militar ou de responsável político”, precisou o chefe das forças armadas portuguesas.
Em resposta a João Vasconcelos, do BE, e António Filipe, do PCP, o almirante Silva Ribeiro contrariou a ideia de que o apelo à “família militar” para ajudar no combate à pandemia do novo coronavírus se relacione com a falta de efetivos nas Forças Armadas.
E explicou que as cerca de 8.000 pessoas responderam por uma questão de solidariedade.
Silva Ribeiro admitiu os problemas com o recrutamento, que atualmente são “cerca de 25 mil” efectivos, abaixo dos 30 mil a 32 mil que legalmente é admitido.