O Hospital Central de Maputo (HCM), principal unidade de saúde moçambicana, corre o risco de ficar sem reservas de sangue porque a afluência de doadores diminuiu devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus, anunciou hoje a direção da instituição.
“Nós, como HCM, vimos apelar aos concidadãos que não estão no grupo de risco, com idade inferior aos 70 anos, para se dirigirem ao nosso banco de sangue para doar”, disse Farid Ursi, diretora clínica do HCM em Maputo.
De acordo com a diretora, os principais doadores de sangue são alunos, frequentadores de igrejas e outras pessoas que viram as suas rotinas alteradas com as restrições impostas pelo estado de emergência que vigora no país durante o mês de abril.
O HCM conseguia obter 400 unidades de sangue diariamente, mas devido à covid-19 tem obtido apenas 70, uma quantidade longe do suficiente.
O hospital tem chamado os familiares mais próximos dos pacientes para doação de sangue, como forma de reposição.
Com um total de 39 casos oficiais, Moçambique vive em estado de emergência durante todo o mês de abril, com escolas, espaços de diversão e lazer encerrados, proibição de todo o tipo de eventos e de aglomerações, além da suspensão da emissão de vistos.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 170 mil mortos e infetou quase 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 558 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.