Em audição perante os deputados das comissões de Economia e de Orçamento e Finanças, António Ramalho disse que as moratórias de crédito legais concedidas (as impostas pelo Governo) representam 9,7% do crédito do banco e que em um terço dessas os clientes preferiram apenas ter suspensão do pagamento de capital.
O gestor disse ainda que o valor de 4,5 mil milhões de euros se refere ao montante total dos créditos abrangidos pelas moratórias, não ao valor das prestações suspenso de pagamento (que é bem menor).
Desde final de março, está em vigor a lei que permite a suspensão dos pagamentos das prestações de créditos à habitação e créditos de empresas (capital e/ou juros) por seis meses, de abril a setembro.
Já na semana passada, os principais bancos que operam em Portugal acordaram moratórias para crédito ao consumo (não abrangido pela lei do Governo) e crédito à habitação, sendo que neste podem aceder à moratória clientes com quebras de 20% nos seus rendimentos (que a lei do Governo também não abrange).
O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) disse hoje, no parlamento, que o banco tem cerca de 30 mil pedidos de moratórias de créditos, no âmbito da lei do Governo, no montante de 2,4 mil milhões de euros.
Na terça-feira, também no parlamento, o presidente do BCP disse que o banco tem atualmente 80 mil moratórias de créditos (tanto públicas como privadas), no valor total de 4,5 mil milhões de euros.
O presidente do Santander Totta, por seu lado, indicou que o banco tem 70 mil moratórias de créditos, no valor de 7,5 mil milhões de euros.