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2009: ”Grandes” não escapam à crise, mas é o FC Porto que sofre mais

O futebol português não escapará à recessão que ameaça a economia europeia em 2009, mas os efeitos da crise devem sentir-se de forma desigual nos três ''grandes'', defenderam à Agência Lusa responsáveis das SAD de Benfica, FC Porto e Sporting.

2009: ”Grandes” não escapam à crise, mas é o FC Porto que sofre mais
Futebol 365

O campeão tem sido um vencedor no mercado, encaixando todos os anos valores bem acima da concorrência, mas a crise promete secar as ''torneiras'' de Inglaterra, Itália e Espanha e Fernando Gomes, administrador da SAD do FC Porto, admitiu que poderá ser o mais prejudicado com a nova conjuntura.

Filipe Soares Franco, presidente da SAD e do Sporting, reconheceu que o clube ''não está imune'', mas declarou-se ''preparado para enfrentar os tempos difíceis que aí vêm'', enquanto Domingos Soares de Oliveira, administrador financeiro da SAD do Benfica, advertiu que os ''encarnados'' não podem falhar nova presença na Liga dos Campeões.

''No futuro, se houver maior condicionamento, o FC Porto é, dos três, aquele que terá de ter maior atenção relativamente ao facto de ver diminuída essa parte da sua conta de exploração. Se já é uma preocupação este ano, nos anos subsequentes será uma preocupação acrescida'', assinalou Fernando Gomes.

Para o administrador da SAD ''é um dado objectivo que o FC Porto necessitará de 25 milhões de euros (anuais) de mais-valias para equilibrar'' as suas contas, apesar de a venda de Quaresma para o Inter de Milão já ter aliviado o exercício de 2008/09.

Fernando Gomes considerou preocupante a ''estagnação do mercado'' por parte dos clubes europeus mais gastadores, que terá ''reflexos ao nível dos clubes de países periféricos e exportadores, que necessitam dessas transacções para equilibrarem as suas contas''.

''De alguma forma, o FC Porto pode ressentir-se mais (do que o Benfica e o Sporting), pois, tendo em conta o passado recente, tem conseguido equilibrar as suas contas de exploração com a geração de mais-valias'' provenientes da tranferência de futebolistas para o estrangeiro, observou.

Mais do que o ''apertar do cinto'' de Chelsea, Manchester United, Real Madrid ou Inter de Milão, o drama para o Benfica passa por novo afastamento da ''liga milionária'', pois, como notou Domingos Soares de Oliveira, ''a diferença entre a Liga dos Campeões e a Taça UEFA situa-se entre os sete e dez milhões de euros''.

''Desenvolvemos um modelo que visava não depender da venda de jogadores. Esta quebra do mercado é-nos mais favorável do que em relação a alguns concorrentes. Mas se todos os proveitos se reduzirem, em 2010, o Benfica também terá necessidade de vender jogadores'', preveniu.

O administrador da SAD do Benfica espera quebras nas receitas de bilheteira e quotização, pois ''é impensável julgar que as pessoas vão continuar a pagar, quando até o consumo de bebidas e gasolina diminui'', mas salienta que é a Liga dos Campeões que faz a diferença: ''Não podemos manter esta ausência durante muito tempo''.

Para Domingos Soares de Oliveira, é o ''sucesso ou insucesso na performance desportiva'' que pode determinar uma boa ou má época para a tesouraria benfiquista e não os proveitos com a venda de jogadores, pois ''a última grande venda foi a de Simão (para o Atlético de Madrid), já há quase dois anos''.

''Não diria que vai secar, mas esse mercado vai diminuir significativamente. Não se atingirão os níveis, nem em valores, nem em quantidade, que se atingiram nos últimos anos. Vermos clubes que, num ano, fazem 50 ou 60 milhões de euros de vendas... não acredito que isso aconteça'', defendeu.

Filipe Soares Franco garantiu que o Sporting está ''preparado para enfrentar os tempos difíceis que aí vêm, mas isso não quer dizer que está imune a esses problemas'', pois ainda tem ''um endividamento muito alto e precisa de, pontualmente, vender alguns dos seus activos para poder fazer face à diminuição de lucros e reduzir o passivo''.

''Isso é algo que o Sporting não deve parar de fazer, sobretudo numa altura destas. Espero que o Sporting consiga, com a reestruturação financeira que está a terminar, ter uma sustentabilidade que lhe permita passar esta fase difícil de forma mais suave'', advogou.

Para o presidente do clube lisboeta, 2009 ''não será um ano fácil em nenhuma vertente e o futebol terá que se adaptar à nova realidade económica que o mundo está a viver e que passa por uma enorme falta de liquidez nos mercados'' e os ''colossos'' europeus não são excepção.

Filipe Soares Franco lembrou que ''esses clubes não são ilhas desertas que contornam todas as dificuldades criadas pelo cenário internacional'' e descartou a possibilidade de abdicar da política de austeridade para agradar aos sócios em ano de eleições.

''O Sporting nunca seguirá esse rumo. O Sporting pauta as suas decisões pela racionalidade e não pelo facto de ser ano eleitoral. Aliás, o maior investimento que fizemos esta época foi não termos vendido nenhum jogador importante'', assegurou o presidente ''leonino''.

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