O Conselho Português para os Refugiados (CPR) admitiu hoje que o aumento dos pedidos de asilo em Portugal provocou a sobrelotação dos seus centros, tendo de recorrer a alojamento externo.
O aumento de pedidos passou de 442 em 2014 para 1.716 em 2019, o que provocou “a sobrelotação dos centros do CPR, levando à necessidade de recorrer a alojamento externo (hostels, apartamentos e quartos arrendados), também cada vez mais densificado e que nem sempre garante as condições desejáveis”, lê-se num comunicado do conselho.
Esta informação surge após o sucedido num hostel de Lisboa, onde estavam requerentes de asilo e que foi evacuado no domingo depois de um dos 170 cidadãos estrangeiros ali residentes ter testado positivo para covid-19, a que se seguiram mais de uma centena de casos positivos.
No caso específico dos locais de acolhimento, o CPR refere que as práticas de vida comunitária, como a partilha de cozinha, quartos e de espaços comuns, “criam condições tendencialmente favoráveis ao contágio, sobretudo em situações de sobrelotação”.
Devido a esta situação, o CPR adianta que já enviou informação referente aos alojamentos e aos beneficiários ao Ministério da Administração Interna, “pois considera prioritário proceder a uma análise global da situação com vista à realização de testes a toda a população requerente de asilo”.
O Conselho Português para os Refugiados assegura que permanece envolvido no processo de acompanhamento da situação dos requerentes de proteção internacional que estavam naquele hostel e em todas as situações em que o alojamento de requerentes se efetua de forma externa aos centros de acolhimento do CPR.
O CPR acrescenta que presta acolhimento a mais de 950 requerentes de proteção internacional, em diversas fases de tramitação processual.
Entretanto, 171 migrantes que estavam hospedados neste hostel foram transportados para a Base Aérea da Ota, em Alenquer. Destes requerentes de asilo, 136 testaram positivo à presença do novo coronavírus (SARS-CoV-2), sete com resultados inconclusivos e 26 com testes negativos.
Em Portugal, morreram 785 pessoas das 21.982 registadas como infetadas, de acordo com os últimos dados da Direção-Geral da Saúde.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 181 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 593.500 doentes foram considerados curados.