O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou uma entrega de 32 milhões de dólares para ajudar Cabo Verde a combater a pandemia da covid-19, anunciou hoje a instituição, salientando que o arquipélago precisa de mais ajuda dos parceiros.
"As autoridades tomaram medidas de mitigação nas áreas orçamentais, monetárias e sociais, mas um aumento do apoio dos parceiros para o desenvolvimento de Cabo Verde é necessário para fortalecer os programas sociais e de saúde, ao mesmo tempo que se preserva a sustentabilidade da dívida", diz o FMI.
Numa nota de imprensa, o Fundo explica que os 32 milhões de dólares vão servir para "ajudar o país a cumprir as necessidades urgentes da balança de pagamentos originada pelo impacto económico da pandemia da covid-19", que deverá atirar o país para uma recessão de cerca de 5% este ano.
"A pandemia está a afetar severamente a economia de Cabo Verde, extremamente dependente do turismo, que foi significativamente afetado pela crise económica e restrições às viagens", explica o FMI, que alerta que as medidas tomadas pelas autoridades para prevenir o contágio no arquipélago, embora necessárias, vão contribuir para o choque que "deverá resultar numa contração do crescimento, aumento das necessidades de financiamento e dificuldades sociais".
Cabo Verde, diz o vice-diretor executivo do FMI Tao Zhang, "foi severidade atingido pela pandemia. Enquanto pequena economia dependente do turismo, a crise económica global, as restrições às viagens e o isolamento levaram a dificuldades sociais e deverão resultar numa significativa queda da produção e dificuldades de financiamento".
Elogiando a "rapidez" com que o Governo tomou medidas de controlo da propagação da covid-19, o responsável salienta que "resolver estes choques requer uma combinação de ações políticas das autoridades com o apoio dos parceiros para o desenvolvimento" e acrescenta que "é preciso aumentar os programas de proteção social e de saúde, que vão colocar as finanças sob pressão".
Para tal, defende que "doações e empréstimos concessionais dos parceiros são fundamentais para ajudar as autoridades a responder eficaz e atempadamente à crise, ao mesmo tempo que preservam a sustentabilidade da dívida".
A médio prazo, conclui-se no documento divulgado em Washington, "a perspetiva de evolução da economia continua geralmente favorável, assumindo que existe uma recuperação da economia global, recomeço do turismo e dos fluxos de capital, e que as reformas do Plano de Desenvolvimento Sustentável continuem".
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 181 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 593.500 doentes foram considerados curados.
O número de mortes provocadas pela covid-19 em África ultrapassa as 1.200, com mais de 25 mil casos registados da doença em 52 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.