O Governo brasileiro fretou um voo da Ethiopian Airlines para repatriar, na sexta-feira, cidadãos que se encontravam temporariamente em Angola e ficaram retidos no país após o encerramento de fronteiras devido à pandemia de covid-19.
Numa mensagem divulgada no Facebook, o embaixador do Brasil em Angola, Paulino Neto, anuncia que o governo brasileiro, em articulação com as suas representações diplomáticas em Luanda, Maputo (Moçambique) e Windhoek (Namíbia), conseguiu “viabilizar a realização de voo fretado” para repatriar turistas e visitantes temporários retidos nestes países devido à suspensão de voos internacionais.
O voo fretado pelo Itamaraty para Angola tem partida agendada para sexta-feira, às 13:00, Aeroporto Internacional de Luanda, com destino a São Paulo (Guarulhos).
A lista de passageiros do voo foi elaborada com base nos seguintes critérios de prioridade: brasileiros em situação de turista/visitante em Angola, em situação migratória precária (sem visto de trabalho válido ou vencendo no curto prazo), que integrem grupos de risco para a covid-19 (diabetes, cardiopatias, idade superior a 60 anos, etc.), grávidas até ao sexto mês ou mães com recém-nascidos até 45 dias, brasileiros que se encontrem sem recursos financeiros e estrangeiros residentes no Brasil e com familiares brasileiros de primeiro grau.
Angola encerrou as fronteiras aéreas, marítimas e terrestres para tentar conter a propagação da pandemia de covid-19 no dia 20 de março e encontra-se na segunda fase do estado de emergência declarado a 27 de março, por 15 dias, e prorrogado por igual período até 25 de abril.
O país regista até ao momento 25 casos de infeção pelo novo coronavírus, dos quais dois resultaram em morte.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 181 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 593.500 doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (45.950) e mais casos de infeção confirmados (mais de 835 mil).
O número de mortes provocadas pela covid-19 em África subiu para 1.223 nas últimas horas, com mais de 25 mil casos registados da doença em 52 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné Equatorial lidera em número de infeções (83), seguida de Cabo Verde (73 casos e uma morte), Guiné-Bissau (52) Moçambique (41), Angola (25 infetados e dois mortos) e São Tomé e Príncipe tem três casos confirmados.