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Covid-19: Restaurante português nos EUA adapta-se com envio de pastéis de nata congelados

O café-restaurante português Natas Pastries, em Los Angeles, está a adaptar-se às restrições impostas por causa da pandemia de covid-19 com o envio de pastéis de nata congelados para clientes nos Estados Unidos.

Covid-19: Restaurante português nos EUA adapta-se com envio de pastéis de nata congelados
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A dona do café-restaurante, Fátima Marques, decidiu iniciar a nova faceta do negócio por causa dos muitos pedidos que estava a receber nas redes sociais desde o início do confinamento. "Envio para os Estados Unidos todos, de Nova Iorque a Miami e Las Vegas, por todo o lado me estão a pedir", disse à Lusa a ‘chef’ portuguesa.

Vários estados do país começaram a emitir ordens de permanência em casa e encerramentos compulsivos a partir da terceira semana de março, por causa da pandemia de covid-19.

Os pastéis de nata congelados chegam ao destinatário em dois dias e a ideia é que sejam apreciados com a mesma frescura que têm no café em Los Angeles. "Dentro da embalagem envio instruções para pôr no forno, qual o tempo e a temperatura", explicou Fátima Marques. "Mando canela e açúcar à parte, para as pessoas terem a experiência como se estivessem aqui. Saem perfeitos".

Outros produtos de pastelaria tradicional que têm sido pedidos à ‘chef’ portuguesa são o pão de leite e a bola de berlim, que o Natas Pastries também envia no mesmo formato. A diferença é que as bolas vão sem creme.

A maior parte dos pedidos vem de "portugueses, lusodescendentes ou pessoas que estiveram em Portugal e conhecem" a pastelaria portuguesa, indicou Fátima Marques.

Para os clientes locais, o restaurante está a trabalhar com serviços de entregas, como UberEats, Grubhub e Postmates, que levam qualquer item do menu ao domicílio, desde pastéis de bacalhau a chouriço assado. Quem quiser também pode levantar à porta do Natas Pastries, que neste momento só abre ao fim de semana durante algumas horas.

À porta do restaurante, que se localiza no vale de São Fernando, a norte de Hollywood, está um letreiro informando que os clientes têm de usar máscara e só pode entrar um de cada vez para fazer o pedido, salvo se estiverem juntos (um casal, por exemplo).

O envio de encomendas, as entregas e os pedidos ao fim de semana têm permitido ao negócio sobreviver, afirmou a responsável portuguesa. "Não estou a fazer dinheiro, mas pago as despesas, o que para mim é o mínimo", explicou.

A trabalhar apenas com quatro empregados, cerca de um quarto do que tinha antes da pandemia, Fátima Marques espera poder alargar o horário de funcionamento nas próximas semanas, quando o restaurante receber ajuda governamental.

A empresária candidatou-se ao Programa de Proteção de Salários, que está disponível para pequenos comerciantes e negócios com menos de 500 empregados, e o pedido foi aprovado. Neste formato, 75% do montante será para pagar salários e 25% para renda e despesas essenciais de funcionamento, como eletricidade.

"Quando começar com este subsídio, vou abrir mais horas e vou ter 9 a 10 empregados", afirmou Fátima Marques. "Vou ter algumas pessoas novas que estão à procura de trabalho e não têm subsídios do Estado".

Enquanto o restaurante está fechado a maior parte do tempo, a responsável decidiu avançar com uma renovação do espaço, que serve cozinha portuguesa em Los Angeles desde 2005.

"Nunca temos tempo para nada, estamos sempre aqui com muita gente e por isso agora é a altura ideal de estar a pintar e a reparar", indicou, referindo que ainda não tem qualquer noção de quando será possível um regresso a alguma normalidade. "Quando vai ser aberto para jantares não sei. Ainda ninguém sabe".

A Califórnia tem ordens de confinamento até 15 de maio e o governador Gavin Newsom apresentou um plano em três fases para a reabertura gradual das atividades, o que dependerá do decrescimento de novos casos de infeção e outros sinais de redução do perigo.

A pandemia de covid-19 já infetou mais de 41 mil pessoas no estado e provocou 1.616 mortos. Nos Estados Unidos, o país mais afetado pela doença, estão contabilizados mais de 890 mil infetados e mais de 50.000 mortos.

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