O ciclista espanhol Alejandro Valverde (Movistar) defendeu hoje que a Volta a França, Espanha e Itália, todas adiadas devido à pandemia de covid-19, deverão ser limitadas a duas semanas de corrida.
"Esta é uma temporada muito especial, foram tomadas medidas muito especiais. Poderiam ter encurtado as três grandes provas em uma semana. É um ano especial, não faz sentido querer manter as três grandes voltas em três semanas a todo o custo”, disse Valverde, em entrevista virtual com a imprensa desportiva espanhola.
Valverde, campeão do mundial de estrada em 2018, considera que duas semanas “são mais do que suficientes para os adeptos se divertirem” e acredita que o Tour, o Giro e o Vuelta conseguem sobreviver [economicamente]".
O ciclista espanhol lamentou ainda o plano de desemprego parcial implementado por várias equipas e revelou que na Movistar “não existiu corte nos salários”.
"Está tudo está bem para nós, não houve corte de salário. Mas eu gostaria de voltar ao normal, com medidas de proteção e segurança, o mais rápido possível, porque, caso contrário, tudo se tornará um caos económico muito significativo”, concluiu.
A Volta a França foi adiada para entre 29 de agosto e 20 de setembro, enquanto a Volta a Itália e a Volta a Espanha, inicialmente prevista entre 14 de agosto e 06 de setembro, serão agendadas depois dos Mundiais, previstos para setembro, na Suíça.
O Giro e o Vuelta devem ser organizados depois, mas as novas datas ainda não foram indicadas pelas UCI, que tem até ao dia 15 de maio para definir.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 206 mil mortos e infetou quase três milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Perto de 810 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 928 pessoas das 24.027 confirmadas como infetadas, e há 1.357 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.