O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje que o país precisa de mais de 20 milhões de euros para implementar uma resposta eficiente em termos de saúde, intervenção social e recuperação económica.
"Levando em consideração as necessidade de financiamento social, económico e sanitário, o país deve mobilizar recursos de 137,64 bilhões de francos cfa", afirmou Umaro Sissoco Embaló, no discurso proferido na reunião de chefes de Estado e de Governo da União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) por causa da pandemia do novo coronavírus.
No caso da saúde, Umaro Sissoco Embaló explicou que o país tem "deficiências significativas em termos de infraestruturas e pessoal técnico especializado".
"Neste contexto, as necessidades financeiras para que o país possa implementar uma estratégica de resposta eficiente em termos de saúde são atualmente estimadas em 18,8 bilhões de francos cfa [cerca de 2,8 milhões de euros] pela equipa interministerial responsável pela coordenação das ações de combate à pandemia", afirmou.
Segundo o chefe de Estado guineense, aqueles recursos vão permitir melhorar o sistema de saúde do país para que possa "responder de forma eficaz aos desafios que são necessários para erradicar a doença".
Salientando que na Guiné-Bissau a economia depende das exportações da castanha de caju, Umaro Sissoco Embaló explicou que com as medidas restritivas mundiais os importadores de castanha ainda "não se manifestaram".
"Neste período, todos os contratos já deveriam ter sido concluídos e a fase de colheita iniciada", disse, acrescentando que a chegada da época das chuvas, em maio, levanta também "sérias preocupações" em relação à campanha agrícola.
"Mais esforços financeiros podem vir a ser necessários para apoiar produtores", salientou.
Tendo em conta o contexto de crise económica, o Presidente guineense afirmou que a "necessidade de intervenção social é estimada em 16,3 bilhões de francos cfa [2,4 milhões de euros] e o custo de financiamento da recuperação económica é estimado em 102,5 bilhões de francos cfa [cerca de 15,5 milhões de euros]".
No discurso, Umaro Sissoco Embaló sublinhou que o Governo guineense já iniciou negociações com várias instituições financeiras internacionais para "poder beneficiar de apoio financeiro para enfrentar os riscos sanitários e outros desafios no plano económico e social".
A Guiné-Bissau regista hoje 74 casos de covid-19, dos quais três já foram dados como recuperados, e uma vítima mortal.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 207 mil mortos e infetou quase três milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Perto de 810 mil doentes foram considerados curados.
Por regiões, a Europa soma mais de 124 mil mortos (mais de 1,3 milhões de casos), Estados Unidos e Canadá mais de 57 mil mortos (mais de um milhão de casos), Ásia mais de 8.000 mortos (mais de 204 mil casos), América Latina e Caribe mais de 8.000 mortos (quase 170 mil casos), Médio Oriente quase 6.400 mortos (mais de 156 mil casos), África mais de 1.400 mortos (quase 32 mil casos) e Oceânia 109 mortos (mais de oito mil casos).
Fazem parte da UEMOA, além da Guiné-Bissau, Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Mali, Níger, Senegal e Togo.