Mais de duas dezenas de pessoas continuam ao final da tarde de hoje no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, onde exigem um voo de repatriamento para o Brasil, que deverá realizar-se na quinta-feira, constatou a Lusa no local.
Entre o grupo de pessoas estão jovens desempregados, turistas com voos cancelados e até pessoas doentes.
Algumas chegaram ao aeroporto de Lisboa no sábado à noite, outras no domingo de manhã, e esperavam ter lugar no voo de repatriamento fretado pelo Governo brasileiro, que partiu no dia 26, com destino a São Paulo.
Ao longo do dia de hoje, após uma reportagem sobre o assunto, realizada domingo à noite pela SIC, não pararam as doações de alimentos e agasalhos, ao ponto de os cidadãos brasileiros que se encontram nesta situação estarem a pedir para que as pessoas não levem mais alimentos para o aeroporto.
Apesar do cansaço e do frio, prometem manter-se à porta do aeroporto até que um responsável do consulado ou da embaixada do Brasil em Lisboa resolvam a sua situação, porém, já têm indicação que há um próximo voo na quinta-feira.
O cônsul adjunto do Brasil em Lisboa garantiu hoje à Lusa que o último dos seis voos fretados pelo Estado brasileiro para repatriamento de turistas realiza-se "em breve", e que pode haver mais para pessoas em situação de vulnerabilidade.
"Pode haver mais voos fretados para turistas e pessoas que residam em Portugal e estejam numa situação limite de vulnerabilidade", afirmou à Lusa, por telefone, Eduardo Hosannah.
O cônsul adjunto acrescentou: "Se for necessário, pediremos autorização a Brasília para a realização de mais voos e ampliamos o contrato com a companhia aérea TAP".
Quanto ao sexto e último dos voos fretados recentemente pelo Estado brasileiro para repatriamento de cerca de 1.600 viajantes do Brasil, retidos em Portugal na sequência das medidas de restrição e cancelamento de voos resultantes da pandemia da covid-19, o diplomata garantiu que se realizará "em breve".
Em 16 de abril, dia em que partiram para São Paulo os dois primeiros voos da TAP, dos seis fretados pelo Governo brasileiro, num contrato num valor global de 1,4 milhões euros, a primeira secretária do consulado do Brasil em Lisboa disse que o sexto voo não era garantido que se visse a realizar.
"São seis voos. Em princípio, operaremos cinco e poderemos vir a operar um sexto, ao longo do mês de abril", afirmou então à Lusa Izabel Cury.
Mas o sexto, adiantou na altura, “ainda não é certo que seja necessário”.
Todos os cinco voos já realizados tiveram como destino São Paulo e a bordo iam maioritariamente viajantes brasileiros, mas também cidadãos brasileiros residentes em Portugal que se encontravam em situação de vulnerabilidade.
Hoje de manhã, o consulado geral do Brasil em Lisboa emitiu um comunicado a esclarecer que contratou, até ao momento, seis voos de repatriamento dos quais cinco já chegaram ao seu destino, garantindo que o sexto será operado nos próximos dias.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 206 mil mortos e infetou quase três milhões de pessoas em 193 países e territórios.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.