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Covid-19: Não é justificável que foco na recuperação afete objetivos ‘verdes’

O Governo português considerou hoje como «injustificável» que a necessidade de recuperação económica na União Europeia (UE), devido à crise gerada pela covid-19, venha a afetar os objetivos ‘verdes’ dos 27, defendendo «investimentos sustentáveis» na área da energia.

Covid-19: Não é justificável que foco na recuperação afete objetivos ‘verdes’
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“A alocação de fundos no setor energético deve cumprir com os critérios definidos ao abrigo das orientações europeias para o financiamento sustentável, não sendo justificável que a urgência na recuperação altere a prioridade em investimentos nas tecnologias de baixo carbono”, refere o Ministério do Ambiente e da Ação Climática em nota de imprensa divulgada após o conselho informal por videoconferência dos ministros da Energia da UE, na qual participou o governante português João Pedro Matos Fernandes.

No encontro, realizado à distância devido à pandemia, o ministro português “defendeu que os investimentos na produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis serão cruciais para ultrapassar a crise provocada pela pandemia”, segundo a nota de imprensa da tutela.

“Investimentos sustentáveis devem ser prioritários no setor da energia, contribuindo para os nossos objetivos climáticos e energéticos, enquanto impulsionam a economia”, frisa o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, citado pelo comunicado.

Na ocasião, João Pedro Matos Fernandes sublinhou, ainda, a necessidade de criação de mecanismos que financiem os investimentos necessários pós-pandemia.

Também em comunicado, a comissária europeia da Energia, Kadri Simson, que participou na reunião com os 27, observa que “esta emergência sem precedentes pôs à prova o sistema energético” europeu.

E, embora realce que o setor mostrou “resiliência” por não ter havido ainda “qualquer rutura no abastecimento”, Kadri Simson reconhece a “turbulência nos mercados petrolíferos”, devido ao “choque da procura e um choque da oferta”.

“A redução da procura de eletricidade e os preços baixos estão também a afetar os balanços de muitas empresas de serviços públicos e de energia”, refere.

Para a comissária europeia, é ainda “mais preocupante a situação da indústria europeia das energias renováveis, em particular a eólica e a solar”, uma vez que “a crise mostrou a vulnerabilidade das cadeias de abastecimento, reduziu os níveis de investimento, reduziu os mercados, causou atrasos nos projetos nos mercados emergentes e, em alguns casos, parou a produção na Europa”.

“Deve ser uma prioridade para todos nós responder a esta situação e preservar a liderança global da Europa em tecnologias limpas”, vinca Kadri Simson, salientando que esta crise ser uma “oportunidade para acelerar os progressos rumo ao objetivo [europeu] de neutralidade climática”.

No que toca ao plano de recuperação que está a ser delineado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a responsável garante que “o Pacto Ecológico [europeu] estará no cerne” desse documento, com a “energia a desempenhar um papel importante”.

“O plano de recuperação da UE não pode fazer todo o trabalho pesado sozinho, será um complemento dos pacotes de estímulo nacionais”, pelo que “pedi hoje aos ministros que garantissem que as medidas que os Estados-membros tomam são estrategicamente sensatas e nos ajudam a avançar para a neutralidade climática”, conclui Kadri Simson.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 211 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios.

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