O presidente do CDS-PP defendeu hoje um levantamento gradual das medidas de contenção decretadas devido à pandemia de covid-19 e a concretização através de um “plano seguro e claro” e de forma calendarizada.
Francisco Rodrigues dos Santos falava aos jornalistas no Infarmed, em Lisboa, no final de mais uma apresentação sobre a “Situação epidemiológica da covid-19 em Portugal”.
Na ótica do CDS, o desconfinamento deve ser feito “de forma gradual, leve e sustentada para não comprometer todos os esforços” feitos até agora pelos portugueses, devendo ser “acompanhado e acomodado por um conjunto de medidas de saúde pública que salvaguardem este alívio”.
Entre estas medidas, Rodrigues dos Santos referiu a “necessidade de haver uma capacidade significativa ao nível do rastreio de contactos, da testagem” e da “utilização de equipamentos de proteção individual”.
“O CDS apela a que seja definido um plano seguro, claro, que devolva confiança aos portugueses e que não vá oscilando entre estados de euforia e, por outro lado, com alguns apelos à moderação e à contenção”, salientou o líder democrata-cristão, acrescentando que esse plano “tem de estar devidamente calendarizado e definido”.
“Uma vez que poderá eventualmente vir a terminar o estado de emergência, nós não deixamos de ter uma emergência no Estado. Isso obriga a que o Governo mantenha medidas de saúde pública e de apoio ao tecido produtivo, empresarial e aos trabalhadores que lhes permitam superar esta crise de forma eficiente”, vincou.
Assim, o líder do CDS defendeu que “é urgente que seja elaborado um plano para a reativação da economia”, que passa por “injetar liquidez no mercado e fazer um choque de tesouraria nas empresas”.
Assinalando que “600 mil pessoas hoje em dia precisam de recorrer a ajuda ao nível da alimentação para poder sobreviver” e “que 25% das empresas não sobrevivem mais um mês sem apoios adicionais por parte do Estado”, Francisco Rodrigues dos Santos insistiu nas “propostas mais musculadas” que o partido tem defendido e pediu ao Governo que implemente “com a brevidade possível”.
O Presidente da República anunciou hoje que o estado de emergência vai terminar à meia-noite do dia 02 de maio e que Portugal entrará numa fase de abertura por pequenos passos.
Portugal contabiliza 948 mortos associados à covid-19 em 24.322 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado hoje.
Portugal cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março.