A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa, depois de terem sido divulgados indicadores dececionantes, mas registou o seu melhor mês desde há 33 anos.
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average cedeu 1,17%, para os 24.345,72 pontos, o tecnológico Nasdaq perdeu 0,28%, para as 8.889,55 unidades, e o alargado S&P500 desvalorizou 0,92%, para as 2.912,43.
No conjunto do mês, o Dow Jones progrediu 11,1% e o S&P500 ganhou 12,7%, com estes índices a registarem o seu melhor desempenho mensal desde 1987. O Nasdaq, por seu lado, avançou 15,4%, no que foi o seu melhor mês desde 2000.
Os indicadores publicados hoje sobre a economia norte-americana foram considerados preocupantes.
Segundo o Departamento do Trabalho, as inscrições semanais para o subsídio de desemprego ascenderam a 3,8 milhões de pessoas.
No total, com as medidas massivas de confinamento para atalhar a progressão da pandemia que congelou a atividade económica, mais de 30 milhões de pessoas inscreveram-se para o subsídio de desemprego desde meados de março.
O Departamento do Comércio informou, entretanto, que as despesas do consumo tinham descido 5,7% em março e os rendimentos dos particulares diminuído 2%.
Mas para Quincy Krosby, conselheira de investimentos na Prudential Financial, o recuo dos índices explica-se pela forte progressão nos últimos dias, com os investidores a aproveitarem “para ajustar as carteiras [de participações] no fim do mês e fazerem alguns ganhos”.
Se a bolsa exibe uma tão boa saúde, apesar da multiplicação de estatísticas que refletem uma economia duramente afetada pela pandemia é antes de mais graças ao apoio infalível do banco central norte-americano [a Reserva Federal (Fed)], justificou.
“Os atores de mercado esperam que a Fed avance se houve o menor problema nos mercados”, insistiu.
Os investidores foram também tranquilizados, na sua opinião, pelo apoio massivo, de vários biliões de dólares, avançado para as empresas e as famílias em dificuldades.
Mas o bom desempenho de alguns dos principais nomes do setor tecnológico também permitiu a estabilização do mercado, adiantou Krosby.
Adquiridos estes elementos, as sessões bolsistas foram pontuadas ao longo do mês pelas informações sobre as terapias e vacinas em desenvolvimento, pelo recuo progressivo dos casos de covid-19 em certas zonas-chave, como Itália e Nova Iorque, bem como pelo levantamento progressivo das restrições na China, depois na Europa e em certos Estados norte-americanos.
Agora, a questão “é saber se a pandemia vai continuar a recuar e se as pessoas vão aceitar regressar ao trabalho. E a este respeito, a questão dos testes é crucial”, estimou Krosby.