O Trofense veio hoje repetir, em comunicado, que é sua convicção de que o Belenenses utilizou de forma irregular o futebolista brasileiro Vinicius Pacheco na Liga portuguesa de futebol.
O clube da Trofa reitera que não se aplica a excepção prevista no Regulamento de Transferências da FIFA quanto à sobreposição, mesmo que parcial, de épocas.
''O Clube Desportivo Trofense, como é do conhecimento público, deu entrada nos serviços da Liga Portuguesa de Futebol Profissinal (LPFP) uma participação disciplinar, na qual é requerida a intervenção da Comissão Disciplinar no sentido de ser apurada a eventual ocorrência de ilícito disciplinar por parte de ''Os Belenenses'' - Sociedade Desportiva de Futebol, SAD, pela utilização do seu jogador Vinicius Pacheco Santos'', diz o comunicado assinado pela direcção do Trofense e publicado no sítio oficial do clube na Internet.
Segundo o documento ''é profunda convicção do C.D.Trofense de que a correcta interpretação do n.º3 do Art.5º do RETJ da FIFA não permita que o atleta Vinicius Pacheco possa ser utilizado regularmente por um terceiro clube durante a presente temporada, depois de ter sido utilizado por dois clubes no Brasil''.
Assim, o Trofense reforça a sua tomada de posição face a este caso depois de, sábado, em declarações à Agência Lusa, o vice-presidente Miguel Carvalho ter referido que ''o Trofense acredita ter razão''.
''Claro que temos noção que existe essa cláusula. Mas interpretamos o artigo de uma forma que nos permitiu apresentar esta queixa na Liga, porque acreditamos que temos razão. Tivemos acesso a fichas de jogo que provam que Vinicius Pacheco jogou nos outros clubes e a nossa queixa foi enviada à Liga de forma fundamentada, apresentando essas fichas como prova'', disse à Agência Lusa o dirigente do Trofense, responsável pelos assuntos jurídicos do clube, que ocupa a 13ª posição no campeonato.
O Trofense advoga que Vinicius Pacheco actuou por três clubes diferentes em 2008 (Flamengo e Ipatinga, no Brasil, e Belenenses), o que contraria as regulamentações da FIFA e da UEFA, que permitem que um jogador apenas actue por dois clubes na mesma temporada.
No comunicado emitido hoje, a direcção do clube da Trofa pede a intervenção dos órgãos competentes.
''Acresce o facto, que a norma da FIFA em questão, surge na sequência directa do 'Caso Mascherano', sendo certo que a situação objecto da participação efectivada pelo C.D.Trofense, não tem paralelismo com esta, sendo materialmente diversa, como se pode aferir pela análise dos documentos entregues juntamente com a referida participação'', diz o comunicado.
Desta forma, assiste ao Trofense ''o direito de, perante a factualidade demonstrada, requerer a intervenção dos órgãos competentes, não podendo ser menosprezada a regra do pensamento jurídico que nos diz que o intérprete tem o dever de considerar as circunstâncias em que a lei foi elaborada e as condições específicas do tempo que é aplicada''.
O comunicado ''ressalva'' que o Trofense ''nutre todo o respeito'' pela instituição ''Os Belenenses Clube/SAD'' e seus dirigentes, sócios e simpatizantes.
Na época passada, o Belenenses perdeu seis pontos devido à utilização irregular do camaronês Meyong, na sequência de uma queixa da Naval 1º de Maio a que a Comissão Discplinar da Liga e o Conselho de Justiça da FPF deram provimento.
Meyong actuou pelos espanhóis do Levante e do Albacete antes de se transferir para o Belenenses, em Janeiro de 2008, pelo qual actuou apenas no jogo com a equipa da Naval, entrando na segunda parte para marcar a grande penalidade que deu a vitória ao conjunto do Restelo, por 2-1.
No entanto, apesar de voltar o ''fantasma'' deste caso, os ''azuis'' do Restelo já vieram a público defender que a utilização de jogador Vinicios Pacheco não é irregular, enquadrando-se na excepção prevista no Regulamento de Transferências da FIFA quanto à sobreposição, mesmo que parcial, de épocas. Os dirigentes do Belenenses anunciaram já que não serão ''brandos'' no pedido de uma indemnização ao Trofense.