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Covid-19: Serviço em Cabo Verde triplica entrega de refeições em tempo de pandemia

Fundada em 2017, a 'iFome' já era uma referência na entrega de refeições ao domicílio em Cabo Verde, mas com a pandemia do novo coronavírus, em um mês triplicou o serviço e agora enfrenta uma «crise de crescimento».

Covid-19: Serviço em Cabo Verde triplica entrega de refeições em tempo de pandemia
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“Já éramos uma referência neste setor, pois criámos uma imagem de qualidade e eficiência. No entanto, com a pandemia, a nossa atividade triplicou, o que nos criou uma crise de crescimento”, disse à agência Lusa Carlos Silva, diretor executivo da empresa, que opera na cidade da Praia.

Há um mês, o responsável disse que a 'iFome' entregava cerca de 60 a 70 refeições por dia na capital de Cabo Verde, mas com a pandemia da covid-19, em que as pessoas estão em casa por causa do estado de emergência, esse número triplicou para 200 refeições.

“O nosso maior constrangimento está ligado aos desafios de uma operação que teve de um dia para o outro que triplicar a sua atividade”, prosseguiu Carlos Silva, que criou a empresa juntamente com outro jovem, para “ocupar um espaço que era virgem em Cabo Verde”.

Considerado um “serviço inovador” para clientes e utilizadores, a 'iFome' é também um suporte aos restaurantes cabo-verdianos, aumentando o leque de serviços que oferecem.

Com 18 colaboradores, o diretor avançou que a empresa está a recrutar mais jovens, na área de marketing e administração. “Queremos contratar os melhores para a nossa empresa”, enfatizou.

Além dos recursos humanos, Carlos Silva indicou que a empresa teve de aumentar as suas motas, bem como contratar mais 'motoboys' e, inclusive, solicitou a prestação de serviços, para incluir jovens com viatura própria e que queiram ganhar algum dinheiro com as entregas, que pode chegar até 24.500 escudos por semana (222 euros).

As entregas começaram na restauração, com um total de 38 restaurantes parceiras, mas com a crise provocada pelo coronavírus, apenas 17 estão ativos e a oferecer o serviço de refeições ao domicílio na Praia, capital de Cabo Verde, com cerca de 160 mil habitantes.

E com tanta demanda, a pressão também é enorme, mas o co-fundador da 'iFome' garantiu que o desafio é “manter a mesma qualidade” e fazer a comida chegar quente a casa dos clientes.

Por outro lado, afirmou que as preocupações com a higiene e proteção individual também “aumentaram exponencialmente”, para poder “estar à altura” do momento de crise.

“A 'iFome' já tinha na sua génese cuidados com a higiene. Essa dimensão é crítica na nossa atividade. Com a pandemia, elevámos para os níveis indicados pelas autoridades de saúde, mas já era algo para que tínhamos sensibilidade”, completou Carlos Silva.

Depois de cimentar na restauração, o diretor adiantou que a 'iFome' está a alargar a sua atuação para outros tipos de entrega, como de supermercados e na área da saúde.

O serviço de restaurante opera atualmente apenas na cidade da Praia, mas Carlos Silva avançou que “brevemente” vai chegar à ilha do Sal. Já o supermercado, vai abrir em toda a ilha de Santiago a partir de segunda-feira.

E com o distanciamento social, acredita que o negócio continuará a crescer, estando também a dinamizar o seu ‘site’ para evoluir para um 'marketplace'.

“Acreditamos que a digitalização da sociedade passará a ser uma prioridade para os próximos tempos”, sublinhou, indicando que toda a atividade está registada num sistema de informação, com mais de 100 mil visualizações ao ‘site’ e 12.594 utilizadores registados até ao momento.

No que diz respeito a apoios, Carlos Silva disse que nunca teve diretamente, mas indicou ter feito acordos com empresas parceiras que permitiu arrancar o projeto e trazer a sustentabilidade necessária.

Cabo Verde regista 122 casos de covid-19, distribuídos pelas ilhas de Santiago (63), Boa Vista (56) e São Vicente (03 – uma única família, dois recuperados). Destes, quatro foram considerados recuperados, dois dos quais em São Vicente, um na Praia e outro na Boa Vista.

Um dos casos, um turista inglês de 62 anos – o primeiro diagnosticado com a doença no país, em 19 de março - acabou por morrer na Boa Vista, enquanto outros dois doentes viajaram para os seus países, totalizando 115 casos ativos no arquipélago.

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